Direita apaga vídeos ilegais do YouTube
Foto: Reprodução/Pixabay
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e canais de extrema-direita aceleraram movimento de retirada de vídeos contendo desinformação e ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo menos 5 mil vídeos publicados entre dezembro de 2017 e agosto de 2022 foram retirados do ar na última semana. É o que aponta levantamento feito pela Novelo Data em parceria com a Essa Tal Rede Social a partir de conteúdos publicados no YouTube.
O destaque é o canal Universo, que concentra 477 mil inscritos e retirou 3.012 conteúdos desinformativos e com ataques às instituições na última semana. A conta é administrada pelo bolsonarista e sósia do cantor Roberto Carlos, Roberto Boni. Se contar o material excluído também de sua conta secundária, a Universo Filial, com 53 mil inscritos, o número chega a 3.091.
Candidato a deputado estadual por São Paulo pelo PMB, Boni é investigado pelo TSE por ataques às urnas eletrônicas. Em 2021, ele teve o canal desmonetizado pelo tribunal por espalhar desinformação sobre o processo eleitoral.
Outras contas de extrema-direita tiveram um grande movimento de exclusão de vídeos na última semana. É o caso do canal Questione-se, com 949 mil inscritos, em que os responsáveis pelo perfil esconderam 759 publicações que continham ataques a desafetos de Bolsonaro, entre eles ministros do STF, e que questionavam o sistema eleitoral brasileiro.
O engajamento de contas de apoiadores de Bolsonaro e de extrema-direita na remoção de conteúdos desinformativos, sobretudo após os atos do 7 de Setembro, está associada com temores de retaliação por parte do TSE, que desenvolveu ferramentas de fiscalização para avaliação de conteúdo, na avaliação do fundador da Novelo Data, Guilherme Felitti.
— Parece existir um movimento de ir até um certo limite, não passar desse limite. Passou o 7 de Setembro e agora existe um cuidado (desses gerenciadores de contas de extrema-direita) em limpar esses rastros para evitar qualquer responsabilização no TSE e no Supremo. Isso se acentua quando os youtubers acham que tem alguém olhando e fiscalizando — avalia.
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