Deputado Ricardo Arruda é condenado por ofensas misóginas a Gleisi

O deputado estadual Ricardo Arruda (PL-PR) foi condenado pela Justiça por ataques misóginos, ofensivos e inverídicos contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A decisão é da 21ª Vara Cível de Brasília e fixa indenização de R$ 8 mil por danos morais, além de retratação pública obrigatória.

A sentença refere-se a declarações feitas por Arruda durante a 37ª Sessão Plenária Ordinária da Assembleia Legislativa do Paraná, em 12 de maio de 2025. Na tribuna, o parlamentar associou falsamente o nome de Gleisi a supostos crimes e fraudes, sem apresentar provas, e utilizou termos pejorativos para atacá-la publicamente.

A Justiça entendeu que as falas extrapolaram a imunidade parlamentar e configuraram ofensa pessoal, com conteúdo misógino e odioso, direcionado a humilhar a ministra em razão de gênero. O juízo destacou que não se tratou de crítica política legítima, mas de imputação falsa e ataque à honra.

Além da indenização, Ricardo Arruda foi obrigado a esclarecer a falsidade das acusações e realizar retratação pública em sessão da Assembleia Legislativa do Paraná, no prazo de até duas sessões após o trânsito em julgado. O descumprimento acarretará multa de R$ 5 mil.

Este é o deputado Ricardo Arruda. Foto: Valdir Amaral
Este é o deputado Ricardo Arruda. Foto: Valdir Amaral/ALEP

O caso não é isolado. Conforme já noticiado pelo Blog do Esmael, o deputado acumula histórico de condenações por condutas semelhantes. Em decisão anterior da 18ª Vara Cível de Brasília, Arruda já havia sido responsabilizado por ataques considerados vexatórios, misóginos e ofensivos, o que reforçou, segundo a Justiça, um padrão reiterado de comportamento.

Gleisi Hoffmann, que já foi senadora e ministra da Casa Civil, tem sido alvo frequente de ataques misóginos na arena política, fenômeno recorrente contra mulheres em posições de poder. A condenação reafirma o entendimento de que a liberdade de expressão e a imunidade parlamentar não autorizam discurso de ódio, desinformação ou violência simbólica.

A decisão judicial sinaliza um freio institucional a práticas que corroem o debate democrático e banalizam a violência política de gênero, ainda comum no Parlamento brasileiro.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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