Bolsonaro jura que não vai fugir do Brasil e pede anistia em Copacabana

Clamor por anistia e críticas ao governo marcaram evento na orla

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou neste domingo (16) para uma multidão em Copacabana, no Rio de Janeiro, abordando temas como anistia para presos dos atos de 8 de janeiro, liberdade de expressão e críticas à atuação do atual governo. O evento reuniu milhares de apoiadores, que ecoaram palavras de ordem em favor do ex-mandatário e contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

No discurso, Bolsonaro enfatizou o impacto emocional das prisões, mencionando histórias de mulheres e mães afetadas. Ele criticou a “perseguição política” e alegações de falta de transparência no processo eleitoral. A fala foi marcada por apelos à união da direita e à mobilização nas próximas eleições de 2026. Em meio a especulações sobre um possível exílio, Bolsonaro garantiu: “Eu não vou fugir do Brasil!”

A declaração ocorre pouco mais de um ano após o ex-presidente ter passado dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, entre 12 e 14 de fevereiro de 2024, depois que seu passaporte foi apreendido pela Polícia Federal. A estadia de Bolsonaro na embaixada levantou, na época, suspeitas sobre uma possível tentativa de fuga do país.

? Manifestação flopou? Estimativas divergem e geram polêmica

Bolsonaro, Malafaia, Castro e Tarcísio na manifestação do Rio. Foto: reprodução/YT
Bolsonaro, Malafaia, Castro e Tarcísio na manifestação do Rio. Foto: reprodução/YT

A promessa de Bolsonaro era ambiciosa: meio milhão de apoiadores na orla carioca. No entanto, as estimativas variam drasticamente. Enquanto a PM do Rio falava em 400 mil participantes, um levantamento da USP apontava cerca de 18 mil no pico do evento. A discrepância de até 2.000% entre as estimativas acendeu debates acalorados nas redes sociais.

? Quem perdeu?

  • Bolsonaro – O ex-presidente não conseguiu mobilizar sua base como esperava. Em vez de um show de força, a manifestação revelou fragilidades do bolsonarismo nas ruas.
  • Silas Malafaia – O pastor e organizador do ato também teve sua liderança questionada. Se ele é tão influente, por que não conseguiu lotar Copacabana?
  • Ronaldo Caiado (União-GO) – Ao se ausentar do evento, perdeu a chance de reafirmar sua proximidade com Bolsonaro, o que pode minar sua intenção de representar a direita na disputa presidencial.

? Quem ganhou?

  • Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) – O governador de São Paulo agora tem a oportunidade de brilhar em 6 de abril, na Avenida Paulista, onde promete um evento de dimensões muito maiores. Se confirmar um milhão de pessoas que anunciou, sairá como o grande líder do bolsonarismo.
  • Ratinho Júnior (PSD-PR) – O governador do Paraná se manteve distante do ato e, assim, evitou ser associado a uma manifestação esvaziada. A estratégia reforça sua aproximação com o governo Lula, de quem pode ser o vice, segundo os bastidores da política.

? Bolsonaro pede anistia para presos do 8 de janeiro e nega que deixará o país

Fábio Wajngarten é um dos ideólogos da anistia para Bolsonaro. Foto: reprodução/Instagram
Fábio Wajngarten é um dos ideólogos da anistia para Bolsonaro. Foto: reprodução/Instagram

O ex-presidente fez um apelo contundente pela anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. “Não podemos aceitar que pais e mães de família estejam pagando um preço tão alto por se manifestarem politicamente”, afirmou Bolsonaro, sob aplausos do público presente.

Ele citou casos de mulheres presas e acusou o governo de utilizar a Justiça como ferramenta de repressão. O ex-presidente garantiu que continuará lutando pela liberdade dos manifestantes, afirmando que “não houve tentativa de golpe, mas sim um clamor por democracia”. Em um momento de maior emoção, Bolsonaro assegurou que não pretende deixar o país, apesar das investigações contra ele. “Podem inventar o que quiserem, mas eu não vou fugir do Brasil!”, enfatizou.

A Operação Tempus Veritatis, que resultou na apreensão do passaporte de Bolsonaro em 8 de fevereiro de 2024, foi deflagrada pela Polícia Federal por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A investigação se intensificou após o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fechar um acordo de colaboração premiada com a PF, fornecendo informações que ligavam o ex-presidente a supostos planos para questionar o resultado das eleições de 2022.

? Críticas ao governo e comparação com a Venezuela

Ao longo do discurso, Bolsonaro criticou a atual gestão federal e sugeriu que o Brasil caminha para um modelo semelhante ao da Venezuela. “O que estão fazendo é censura, perseguição e autoritarismo. O Brasil precisa de liberdade!”, afirmou.

O ex-presidente também alfinetou a condução econômica do governo, apontando para dificuldades financeiras da população e alta da inflação. “O Brasil merece um governo que respeite o povo e não que trate opositores como inimigos”, declarou.

?? Eleições 2026 e mobilização política

Bolsonaro inelegível: Julgamento da ação do PDT contra no TSE; acompanhe ao vivo
Bolsonaro está inelegível até 2030 e pode ser preso ainda neste semestre.

Bolsonaro aproveitou o evento para reforçar a necessidade de organização política da direita. Ele convocou seus apoiadores para atuarem fortemente nas eleições do ano que vem. Ele pediu que seus apoiadores elejam metade do Congresso Nacional [50% de senadores e 50% de deputados federais].

O evento foi encerrado com gritos de “Anistia já!” e “Bolsonaro guerreiro, do povo brasileiro!”, evidenciando o engajamento de sua base e a permanência de sua influência política, apesar do público reduzido.

Bolsonaro está inelegível até o ano de 2030, quando terá 75 anos. Além disso, aliados avaliam que os ex-presidente poderá ser preso ainda neste primeiro semestre. Ele é acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de liderar um golpe de Estado, após perder a eleição de 2022 para o presidente Lula (PT).

? O que esperar daqui para frente?

O discurso de Bolsonaro reforça sua estratégia de manter viva sua base política e mobilizá-la para as eleições. Especialistas apontam que o clamor por anistia poderá ser um dos temas centrais no debate político deste ano, colocando ainda mais tensão entre governo, oposição e Judiciário.

A próxima mobilização do ex-presidente deve acontecer em São Paulo, dia 6 de abril, onde ele prometeu um novo ato “pela liberdade e pela democracia”. Antes, porém, Bolsonaro visitará Curitiba no dia 4 de abril.

E você, leitor, o que acha? A anistia deve ser concedida? Comente abaixo! ?

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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