‘Atitude do agressor de Manuela não pode ser vista como ato tresloucado; precisa ter consequências severas e servir de exemplo’

Por Conceição Lemes

Nessa segunda-feira, 01-08, ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) denunciou em redes sociais novos ataques sofridos pela internet.

Sordidez total. Em mensagens recebidas, ela é xingada, ameaçada de morte e estupro.

O agressor faz ameaças também à sua filha de 6 anos, à sua mãe e ao ex-presidente Lula.

Em seus perfis nas redes sociais, Manuela comentou:

“Ser uma mulher pública no Brasil é ser amaçada permanente. É escolher um lugar para o medo, outro para a coragem, outro lugar pro fingir ignorar.

Ser mulher pública é conviver com a ameaça de estupro como correção pela coragem, com a ameaça de morte como silenciador.

Ser mulher pública é ouvir de muitos que não aguentariam nem metade, que tá tudo bem, que é assim mesmo.

Como se fosse o preço a pagar por estar num lugar que não é o nosso, que não é pra nós.

Essa é mais uma das ameaças que eu, minha filha e também minha mãe sofremos”

Manuela é vice-presidenta do PCdoB.

Ontem mesmo, em notas (na íntegra, ao final), o partido repudiou a violência contra Manuela e exigiu punição do agressor.

A direção nacional destaca:

“Receber de forma reiterada ameaças contra si, mas também contra sua filha e sua mãe é algo abominável. Todas as pessoas, independentemente da sua posição política e ideológica, deveriam manifestar sua indignação, e as instituições do Estado deveriam atuar para coibir essa forma vil de violência”.

O PCdoB-RS salienta:

“Denunciamos constantemente a misoginia e violência às mulheres públicas no Brasil, como as dirigidas reiteradamente contra Manuela. Exigimos que as autoridades tomem as providências para garantir que cessem as ameaças e que os criminosos sejam punidos”.

Nesta terça-feira, 02-8, a Secretaria Nacional de Mulheres e PT-RS também divulgaram nota (na íntegra, ao final) de solidariedade ”à companheira de lutas” e veemente “repúdio aos ataques inaceitáveis e criminosos sofridos por Manuela e sua família”.

Por ser referência e ter papel de liderança, Manuela é alvo frequente da violência política no Brasil.

“Ela recebe ameaças dos mais variados tipos e origens”, conta-nos a jornalista Renata Mielli, Secretária Nacional de Comunicação do PCdoB e coordenadora do Barão de Itararé.

“Para a extrema-direita misógina que cresce assustadoramente no Brasil, ter mulheres como a Manuela na política é motivo de ódio”, avalia.

Renata explica.

A participação dessas mulheres é fundamental para ampliar a diversidade de vozes na condução política do país.

Por isso, eles usam o medo para afastar as mulheres da política e da disputa eleitoral tão importante para recuperar nossa frágil democracia.

Temos que ter mais mulheres representando a sociedade nos espaços de poder. Portanto, a violência política de gênero precisa ser combatida com determinação.

“É inaceitável que o Brasil naturalize esse tipo de violência política, particularmente a violência política de gênero”, observa Renata.

“‘A atitude desse agressor da Manuela não pode ser visto como um ato tresloucado; precisa gerar consequências severas para ele, inclusive para servir de exemplo”, frisa

Nota da direção nacional do PCdoB

O Partido Comunista do Brasil manifesta a mais irrestrita solidariedade à sua vice-presidenta nacional Manuela D’Ávila e à sua família por mais um ataque infame e sórdido que sofreram nesta segunda-feira, 1º de agosto.

A violência política é inadmissível em uma sociedade que se afirma democrática. O debate de ideias deve acolher as divergências e as suas manifestações de forma respeitosa.

Receber de forma reiterada ameaças contra si, mas também contra sua filha e sua mãe é algo abominável. Todas as pessoas, independentemente da sua posição política e ideológica, deveriam manifestar sua indignação, e as instituições do Estado deveriam atuar para coibir essa forma vil de violência.

O PCdoB reafirma sua luta cotidiana pelo fim da violência política; principalmente a violência política de gênero, que têm crescido no país estimulada pela misoginia de governantes que atacam mulheres com papel de destaque político, sem qualquer tipo de responsabilização.

Exigimos das instituições do Estado brasileiro que atuem para responsabilizar o autor das ameaças contra Manuela.

#ForçaManu

Partido Comunista do Brasil
01/08/2022

Nota da direção estadual do PCdoB/RS

A Direção Estadual do PCdoB/RS vem a público manifestar sua total solidariedade à Manuela d’Ávila que tem sofrido constantes ataques a si e a sua família de forma infame e perversa.

Em um mundo civilizado, livre da barbárie, criminosos deste tipo estariam presos respondendo por seus crimes.

Denunciamos constantemente a misoginia e violência às mulheres públicas no Brasil, como as dirigidas reiteradamente contra Manuela.

Exigimos que as autoridades tomem as providências para garantir que cessem as ameaças e que os criminosos sejam punidos.

À Manuela e sua família nosso total apoio.

Conclamamos a militância democrática e civilizada a defendê-la de tais ameaças.

Fascistas, machistas, não passarão!

Direção Estadual do PCdoB/RS

Nota de solidariedade das mulheres do PT 

”O Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul e a Secretaria Nacional de Mulheres do PT vem expressar sua solidariedade à companheira de lutas, Manuela D’Ávila, e expressar veementemente o nosso repúdio aos ataques inaceitáveis e criminosos sofridos por Manuela e sua família.

Não podemos aceitar nenhum tipo de ataque, tampouco quando isso acontece com a intenção de intimidar para silenciar uma das vozes mais importantes na luta por igualdade e por mudanças na sociedade brasileira.

Exigimos que as autoridades investiguem e punam o autor dessas ameaças, por fim, mas uma vez reafirmamos nossa irrestrita solidariedade a Manuela e sua família com a certeza que seguiremos juntos e juntas na luta contra a misoginia e demais crimes de ódio”.

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Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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