ABI e EBC rechaçam decisão de Arthur Maia sobre o repórter fotográfico Lula Marques: Viola a liberdade de imprensa e de expressão; é autoritária e inaceitável

Da Redação

Nessa quinta-feira, 24/08, o deputado federal Arthur Maia (União-Brasil/BA) proibiu o fotojornalista Lula Marques de ter acesso às reuniões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre os Atos Golpistas de 8 de Janeiro.

Na condição de presidente da CPMI, Maia descredenciou o fotojornalista para cobertura das sessões.

Hoje, em seu perfil de uma rede social, Lula Marques contou o que aconteceu:

”Ontem fui proibido pelo presidente da CPMI do Golpe de entrar na comissão por ter feito uma foto do celular do senador Jorge Seif tentando explicar a contratação no seu gabinete do filho do Bolsonaro, Renan”’

Lula Marques flagrou o momento em que o senador Seif (PL-SC) tentava explicar a uma repórter a contratação em seu gabinete de Jair Renan, o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nessa quinta, Jair Renan foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Civil do DF.

Junto com a explicação, Lula Marques postou a nota do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, sobre o caso e a foto que desagradou Maia.

Lula Marques é um fotojornalista brilhante. Ponto fora da curva, mesmo.

A cobertura fotográfica que ele faz dos fatos não é para agradar os donos da festa, como num aniversário, casamento.

Ele está ali para fazer fotojornalismo de primeiríssima qualidade, gostem ou não os parlamentares.

Ao proibir o acesso à CPMI, Arthur Maia impede Lula Marques de exercer plena e livremente o seu trabalho.

Arthur Maia, portanto, viola a liberdade de expressão e da liberdade de imprensa.

No início da noite desta sexta-feira, 25/08, duas importantíssimas manifestações de apoio.

Uma é da Associação Brasileira de Imprensa — a ABI.

Em carta aberta aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, a ABI, por meio de sua Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos, pede a revogação imediata do descredenciamento do fotógrafo Lula Marques.

A ABI considera:

— Ilegal e inconstitucional – por isso mesmo autoritária e inaceitável – a determinação de impedir o acesso de Lula Marques ao Plenário” onde se realizam as sessões da CPMI.

— Fundamental que a decisão do deputado Arthur Maia seja imediatamente revista, devolvendo-se ao fotógrafo Lula Marques a plena liberdade do exercício profissional dentro do Congresso Nacional.

Outra importante manifestação é a nota de Hélio Doyle, diretor-presidente da EBC.

Assim como a ABI, Doyle afirma que a decisão de Arthur Maia ”viola o livre exercício da profissão e a liberdade de imprensa, é autoritária e injustificável”.

E pede ao presidente da CPMI que reconsidere o descredenciamento do profissional

Diz, ainda, que, caso a decisão não seja revista, a EBC não irá designar outro profissional para a cobertura fotográfica da CPMI.

Publicado em 25/08/2023 – 19:39

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tomou conhecimento da decisão de impedir o acesso do repórter fotográfico Lula Marques às sessões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os Atos Antidemocráticos de 8 de Janeiro. Essa decisão, que viola o livre exercício da profissão e a liberdade de imprensa, é autoritária e injustificável. Por isso, peço ao presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, que reconsidere o descredenciamento do profissional, para que não haja qualquer restrição ao exercício de sua atividade. Informo que, caso a decisão não seja revista, a empresa não irá designar outro profissional para a cobertura fotográfica da CPMI.

Hélio Doyle
Diretor-presidente da EBC

Ontem fui proibido pelo presidente da CPMI do Golpe de entrar na comissão por ter feito uma foto do celular do senador Jorge Seif tentando explicar a contratação no seu gabinete do filho do Bolsonaro, Renan.

Abaixo segue nota do advogado Kakay sobre o caso.
O fotógrafo Lula Marques, no exercício de sua profissão, tem comparecido regularmente às reuniões da CPMI de 8 de janeiro. Contudo, na data de ontem, foi avisado pelo Secretário da Comissão, Sr. Leandro Bueno, que, por decisão do Presidente da Comissão, estaria proibido de entrar no plenário onde são realizados os trabalhos, em virtude de fotografia por ele registrada no ambiente público da CPMI e posteriormente divulgada em suas redes sociais.
Esse incidente que aconteceu com o fotógrafo Lula Marques claramente atenta contra a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão e até mesmo o livre exercício de sua profissão em um ambiente público e plural como o Congresso Nacional.
Diante de tão clara violação a princípios fundamentais da Constituição da República, espera-se que medida como essa não mais aconteça, de modo que Lula Marques possa comparecer presencialmente ao ambiente onde é realizada a CPMI de 8 janeiro, para exercer sua atividade profissional, sem qualquer tipo de limitação.
Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay
A foto que o presidente da comissão não gostou!

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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