Lula usa boné nacionalista e dá recados contra tarifaço

Boné triunfa na reunião ministerial de Lula

O boné “O Brasil é dos brasileiros” marcou a reunião ministerial desta terça-feira (26) no Palácio do Planalto. O adereço, símbolo da ofensiva de marketing do governo federal em defesa da soberania, é uma boa notícia para Apucarana (PR), reconhecida como capital nacional do boné.

Soberania em tempos de tarifaço

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu o encontro usando o boné azul, acompanhado da maioria dos 38 ministros. Em tom firme, criticou o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump (Partido Republicano, EUA) sobre produtos brasileiros, chamando o gesto de tentativa de subordinar o Brasil a interesses estrangeiros.

Lula reforçou que o país negocia de igual para igual. Destacou ainda os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) como responsáveis pela frente de diálogo internacional.

Recados a Eduardo Bolsonaro e às big techs

O petista não poupou críticas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de articular nos Estados Unidos a favor das sanções. “É a maior traição à pátria da história”, afirmou, pedindo à ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) que pressione a Câmara pela cassação do mandato do parlamentar.

Lula também denunciou as pressões das big techs, consideradas por Trump “patrimônio americano”. Para o presidente, quem atua no território brasileiro deve respeito à Constituição e à soberania nacional.

Apucarana e a “guerra dos bonés”

O uso coletivo do boné remeteu à tradição de Apucarana, no Norte do Paraná, que concentra a produção e ostenta o título de capital nacional do acessório. O slogan criado pela Secom, sob Sidônio Palmeira, é a resposta brasileira ao “Make America Great Again” de Trump.

Enquanto o governo veste a mensagem nacionalista, a oposição bolsonarista tenta imitar com versões próprias, reforçando a chamada “guerra dos bonés”.

Bastidores e contexto político

Além do comércio internacional, a reunião tratou da regulamentação das big techs, da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e do alinhamento do discurso ministerial. Lula ainda prestou solidariedade ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, alvo de retaliação com suspensão de visto nos EUA.

O gesto simbólico do boné reforça o discurso de soberania em tempos de sanções, recupera a autoestima nacional e conecta o Planalto com uma indústria de base popular e regional.

Estética e linguagem

Mais que estética, o boné é mensagem política. Enquanto Trump age como imperador e Eduardo Bolsonaro como cúmplice, o governo busca fincar posição: o Brasil é dos brasileiros. Que a indústria de Apucarana se fortaleça como prova viva de que soberania também se costura.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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