Imagens mostram o silêncio da marcha das mães no Uruguai

30 anos, sempre no dia 20 de maio, os 197 desaparecidos políticos do Uruguai são homenageados por suas mães, familiares e amigos nas ruas da capital, Montevidéu, na Marcha do Silêncio. Eles também exigem informações e justiça para os desaparecidos pelo terrorismo de Estado praticado durante a ditadura militar uruguaia, de 1973 a 1985. O silêncio só é rompido quando o nome de cada uma das vítimas é anunciado ao microfone seguido do grito “Presente!”.

A marcha deste ano foi documentada pelo fotógrafo gaúcho Itamar Aguiar. Suas fotos podem ser vistas no foyer do Multipalco do Theatro São Pedro, de 19 a 31 de agosto, na exposição “Silêncio”, organizada pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH).

O presidente do movimento, Jair Kriscke, explica que a primeira Marcha do Silêncio aconteceu em 1996, numa iniciativa das mães e familiares dos desaparecidos. A data foi escolhida em homenagem a Zelmar Michelini, Héctor Gutiérrez Ruiz, William Whitelaw e Rosario Barredo.

Segundo ele, esses jovens militantes foram assassinados em 20 de maio de 1976, em Buenos Aires, Argentina, numa ação da Operação Condor. “A operação foi uma estratégia adotada por ditaduras sul-americanas, no período de 1970 e 1980, e que contou com apoio financeiro dos Estados Unidos, com o objetivo de acabar com os movimentos que lutavam pela redemocratização.”

A “lei da caducidade”, que não permite julgar os militares da ditadura, está em vigor até hoje e prejudica a investigação sobre o paradeiro dos desaparecidos políticos. Mesmo assim, a cada marcha cresce o número de pessoas que participam do movimento e exigem respostas. 

Este ano, os dois maiores clubes de futebol do Uruguai, o Nacional e o Peñarol, promoveram manifestações com suas torcidas e com os jogadores em apoio às famílias dos desaparecidos. Mesmo sem o aval da direção dos times, as torcidas vêm protagonizando um importante movimento de politização nas arquibancadas.

O autor

O fotógrafo Itamar Aguiar, 60 anos, natural de Porto Alegre, é formado em Jornalismo e tem pós-graduação em Poéticas Visuais, Gravura em Metal e Fotografia Analógica e Digital, é proprietário da Agência Freelancer. Aguiar foi homenageado pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em 2023, que inaugurou uma galeria de fotos com o seu nome.

Ainda na adolescência, Aguiar desenvolveu o gosto pela fotografia e conseguiu comprar a primeira câmera, uma Praktica MTL 3. Mais tarde, como estudante de Jornalismo na Unisinos, conseguiu uma vaga no Grupo Sinos. No primeiro dia de trabalho recebeu três pautas e duas de suas fotos foram capa da edição.

Serviço

Exposição Silêncio

Abertura: 19/08/25 às 19h

Local: foyer do Multipalco do Theatro São Pedro, entrada franca

Endereço: Praça Marechal Floriano, s/n, Centro Histórico, Porto Alegre/RS

Visitação: de terça-feira a domingo a partir das 12h, até o dia 31 de agosto

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Publicação de: Brasil de Fato – Blog

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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