Wajngarten tenta herdar espaço de Eduardo e Zambelli em oposição a Tarcísio em SP

O advogado Fábio Wajngarten se lançou na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados por São Paulo e tenta ocupar o espaço deixado pelo ex-deputado Eduardo Bolsonaro(PL-SP), foragido nos Estados Unidos desde o começo do ano.

O ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo Jair Bolsonaro mantém forte recall nas redes, onde funcionou como alter ego do ex-presidente, hoje preso na superintendência da PF em Brasília. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos pela tentativa de golpe de Estado, episódio que desestruturou o núcleo político do bolsonarismo e abriu disputa interna pelo comando da direita.

A pré-candidatura de Wajngarten nasce nesse vácuo. Aliados tratam sua entrada como inevitável, sobretudo pela necessidade de reorganizar o bloco mais radical da direita após a fuga de Eduardo e o desgaste da família Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Wajngarten, porém, enfrenta resistência dentro do próprio campo. Sua relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é estremecida. O ex-ministro defende uma candidatura bolsonarista raiz à Presidência da República em 2026 e critica, reservadamente, a tentativa de Tarcísio de se colocar como ponte entre setores da direita tradicional e o empresariado paulista.

O próprio Fabio Wajngarten repostou matéria nas redes sociais sobre sua pré-candidatura à Câmara nas eleições do ano que vem, não deixando dúvidas acerca de seu projeto político.

Segundo pessoas próximas, Wajngarten afirma que o que está em jogo é a liderança da direita nas eleições de 2030. Para ele, uma chapa moderada em 2026 enfraqueceria o projeto político do bolsonarismo e abriria caminho para a continuidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorito à reeleição diante do racha à direita.

A movimentação cria novo capítulo na crise do bolsonarismo paulista. O núcleo político do PL ainda tenta reorganizar o grupo após a debandada provocada pela fuga de Eduardo e Carla Zambelli (PL-SP) e pelas divergências entre bolsonaristas radicais e setores alinhados ao governador Tarcísio.

Nos bastidores, dirigentes avaliam que a disputa por protagonismo entre Wajngarten e Tarcísio pode implodir qualquer tentativa de unidade conservadora. Consultores eleitorais ouvidos pelo Blog do Esmael dizem que o ex-chefe da SECOM tem forte potencial de voto entre o bolsonarismo “raiz”.

A pré-candidatura de Wajngarten também é vista por parlamentares de centro como um ativo involuntário para Lula, cuja campanha trabalha com o diagnóstico de que a fragmentação da direita, em São Paulo e nacionalmente, amplia as chances de vitória no primeiro turno.

A confirmação oficial da candidatura deve ocorrer nos próximos meses, mas aliados tratam o advogado como nome certo na disputa. A eleição paulista, já polarizada entre governistas e bolsonaristas, tende a ganhar novos contornos com a entrada de uma das figuras mais fiéis ao ex-presidente.

Continue acompanhando os bastidores da política e do poder pelo Blog do Esmael.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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