Você e eu ainda vivemos sob heranças da escravidão

Hoje, 13 de maio, você e eu somos chamados a refletir. Faz 137 anos que a escravidão foi oficialmente abolida no Brasil. Mas será que ela realmente acabou?

Eu digo que não. Você sente isso todos os dias.

A escravidão moderna não tem correntes nem pelourinhos, mas ela continua viva — nas horas mal pagas, no racismo estrutural, na violência policial, na fome que assola milhões. E não há como negar: a cor da pele ainda determina quem mais sofre.

A jornada 6×1 — seis dias de labuta, um único para respirar — é um grito silencioso de que o capital segue selvagem. É uma escala de exaustão que trata a dignidade como luxo.

Você também se lembra do golpe de 2016, não é? Ali, quando derrubaram Dilma Rousseff, enterraram a CLT junto com a democracia. A reforma trabalhista foi apresentada como modernização, mas, na prática, pejotizou o emprego, cortou garantias, e nos devolveu ao século XIX.

E agora chegou a vez da inteligência artificial.

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Ela multiplica a produção, otimiza o lucro, mas a jornada de trabalho segue imutável — e os salários, congelados. Quem se beneficia disso? Não é você. Não sou eu.

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Aliás, não é por acaso que a palavra “trabalho” vem do latim tripalium — um instrumento de tortura feito com três estacas cruzadas. Desde a origem, o trabalho carrega a marca da dor.

Os juros continuam entre os mais altos do mundo. E o que isso significa? Que você paga caro por sonhar. É como se dissesse: “não sonhe com casa própria, nem com faculdade, nem com dignidade.” O acesso ao crédito virou castigo.

E a fome? Sim, ela ainda mora ao lado. Somos o maior produtor de proteína do planeta, temos solo fértil como poucos — e ainda assim, crianças dormem com o estômago vazio.

Pode isso, Brasil?

Você e eu sabemos que o problema não é a falta de recursos — é a forma como são distribuídos. É o projeto de país. E esse projeto precisa mudar.

Juntos, vamos desmascarar a escravidão moderna e reimaginar um Brasil onde todos possam viver com dignidade. Não basta lembrar o 13 de maio — é preciso lutar para que ele finalmente se cumpra.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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