Valter Pomar: O PCO e Trump
O PCO & Trump
Que setores da esquerda passam o pano nos Democratas, isso já sabíamos.
Mas que setores da esquerda passam o pano em Trump, isso apenas suspeitávamos.
Refiro-me ao PCO, mais precisamente ao texto que pode ser lido no seguinte endereço (aqui).
Segundo o referido texto, o medo com Trump é produzido por uma campanha da burguesia, do grande capital.
O texto diz ainda que por mais negativa que seja a figura de Donald Trump, (…) há uma operação em curso para impedir que o republicano seja eleito. E que parte fundamental dessa operação consiste justamente em apresentar Trump como uma “grande ameaça”, em persegui-lo judicialmente e, até mesmo, em tentar freá-lo por meio de atentados. A polarização entre Trump e Biden, neste sentido, não expressa uma polarização entre o conjunto da população norte-americana e a extrema direita (…) mas sim uma polarização “entre o chamado “Estado profundo” – a CIA, o FBI, o Serviço Secreto etc., controlado pelos grandes monopólios industriais e financeiros dos Estados Unidos – e a candidatura confusa de Donald Trump, que reúne de supremacistas a setores da classe operária, mas que expressam uma insatisfação com a política oficial do Estado norte-americano.
Repetindo, a definição do PCO sobre a candidatura Trump é a seguinte: uma candidatura confusa.
Esta definição não é confusa. É monstruosa.
Trump e Kamala, assim como a cúpula dos dois grandes partidos (Democratas e Republicanos), expressam o ponto de vista de diferentes setores da classe dominante estadunidense.
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Trump não é candidato de “supremacistas a setores da classe operária”; Trump é candidato de uma parte da classe dominante, defende posições fascistas, disputa com Biden para saber quem apoia mais o genocídio de Israel contra a Palestina etc.
Quem está “confuso” não é Trump. Confuso está quem ainda não percebeu para onde vai o PCO.
Ou melhor dizendo: onde já está o PCO, que além de flertar com o bolsonarismo, flerta também com Trump.
Para não dizer que não falei de flores, alerto que o PCO me atribui uma frase que não é minha.
No texto do PCO está dito o seguinte: Pomar apresenta o problema da seguinte maneira: “calma, não vamos comemorar ainda porque não é certo que Trump será derrotado”.
As aspas são indevidas, pois eu não disse a frase que está entre aspas. E, dado o contexto, elas servem para sustentar uma interpretação mentirosa acerca do meu ponto de vista.
Portanto, estas aspas não são um equívoco desmotivado, são uma fraude proposital.
O que eu disse e repito é que, do ponto de vista da política brasileira, a vitória de Trump ajuda o bolsonarismo.
O que não quer dizer que a vitória de Kamala Harris ajude a esquerda brasileira. Quem quiser ouvir a respeito, pode assistir aqui.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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Publicação de: Viomundo