URGENTE: Motta promete “porrada, tiro e bomba” para desocupar plenário da Câmara
A crise institucional entre bolsonaristas e o Supremo Tribunal Federal ganhou um novo e explosivo capítulo nesta quarta-feira (6). O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que irá pessoalmente ao plenário da Casa às 20h30 para abrir a sessão legislativa, e que, se for impedido por parlamentares do PL, não hesitará em suspender os mandatos dos envolvidos e usar a força para removê-los.
“Se não forem deputados, podem ser removidos à força”, disparou Motta em reunião com líderes, segundo apurou o Blog do Esmael.
A declaração foi interpretada nos bastidores como uma ameaça direta de “porrada, tiro e bomba”, nas palavras de um dos interlocutores de Motta, contra os bolsonaristas que ocupam o plenário em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e em apoio ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A oposição extremista bolsonarista, liderada por parlamentares do PL, tenta obstruir os trabalhos do Congresso desde segunda-feira (4), transformando o plenário da Câmara numa espécie de acampamento político. Eles exigem que seja pautada com urgência a proposta de anistia a Bolsonaro e o processo de impeachment de Moraes, relator das ações penais do 8 de janeiro.
A resposta de Hugo Motta eleva a tensão institucional a níveis perigosos.
Disputa aberta pelo controle do Legislativo
A ofensiva do presidente da Câmara é vista como um movimento coordenado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que também suspendeu sessões e pediu “serenidade” após o avanço dos protestos golpistas. Fontes próximas a Alcolumbre disseram ao Blog do Esmael que a “paciência acabou” com o PL, que tem usado o regimento para tumultuar o funcionamento das duas Casas.
Se os parlamentares bolsonaristas insistirem em bloquear a abertura da sessão, Motta promete recorrer à Polícia Legislativa, com autorização para retirar à força os ocupantes, que, após a suspensão dos mandatos, deixam de ter prerrogativas parlamentares.
Parlamentares do PL correm risco de suspensão coletiva
Nos bastidores, já circula uma lista com mais de 20 nomes do PL que podem ser enquadrados por obstrução deliberada, desacato e quebra de decoro. A manobra institucional pode resultar na suspensão coletiva de deputados da extrema direita, abrindo precedentes inéditos na história recente do Parlamento brasileiro.
O movimento é interpretado por aliados do governo como um “basta” do Congresso ao sequestro da pauta legislativa por parte dos bolsonaristas. “Eles não querem votar nada, só querem criar o caos”, resumiu um deputado governista ao Blog do Esmael.
Enfrentamento pode ter desdobramentos jurídicos e policiais
Caso a Polícia Legislativa entre em ação, o Congresso poderá viver cenas de confronto físico, com repercussões imprevisíveis para a estabilidade política em Brasília. A operação deve contar com apoio jurídico da Mesa Diretora e, se necessário, do STF, o que ampliaria ainda mais a crise entre os Poderes.
Ao mesmo tempo, cresce a pressão de setores empresariais e jurídicos para que o Legislativo recupere sua normalidade e encerre o que já está sendo classificado como “mini-insurreição parlamentar bolsonarista”.
“Porrada, tiro e bomba”
A escalada institucional patrocinada pelo bolsonarismo, com ocupação do plenário e exigência de anistia ampla, aprofunda a fratura entre Congresso e Judiciário. Ao reagir com ameaça de força, Hugo Motta transforma a Câmara em campo de batalha política. Mas é também um divisor de águas: o momento em que o Legislativo precisa decidir se continuará refém de uma minoria radical ou se retoma o comando do processo democrático. A hora da verdade será às 10h30.

Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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Publicação de: Blog do Esmael