Trump e a ressurreição do Destino Manifesto
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe de volta a doutrina do “destino manifesto”, uma ideia do século XIX que legitimava a expansão territorial americana. Esse conceito, popularizado em 1845, justificou a anexação do Texas e de outras áreas pertencentes a povos indígenas e ao México. Agora, Trump retoma essa visão para atingir objetivos que vão do controle do Canal do Panamá até a conquista de Marte.
Donald Trump vem mencionando o “destino manifesto” em discursos recentes, destacando planos de ampliar a influência geopolítica dos Estados Unidos. Ele sinalizou interesse em regiões estratégicas, como a Groenlândia, e declarou intenção de exercer domínio sobre o Canal do Panamá.
A meta de Trump é projetar poder em pontos que julga vitais para os EUA. No discurso de posse, ele defendeu a retomada de territórios e o envio de astronautas ao planeta Marte, onde gostaria de fincar a bandeira americana. Ao mesmo tempo, citou a volta de nomes antigos a localidades que haviam recebido denominações indígenas, como o pico Denali, no Alasca, recolocando-o sob o nome anterior ligado ao ex-presidente William McKinley.
O foco maior recai sobre o Canal do Panamá, pivô do comércio marítimo mundial. Trump entende que empresas chinesas ganham força na região, o que o impulsiona a propor medidas para retomar o controle político e econômico dessa via estratégica. Além disso, ele explora a possibilidade de expandir a influência norte-americana em outros territórios, como Canadá e Groenlândia, treta que o leitor já vinha acompanhando pelo Blog do Esmael.
Esse ressurgimento ganhou visibilidade após declarações de Trump durante sua campanha e, principalmente, no discurso de posse, quando formalizou a intenção de “seguir rumo às estrelas”. A comunidade internacional passou a discutir o impacto dessas ideias logo depois, apontando possíveis conflitos diplomáticos.
Especialistas avaliam que o retorno à doutrina do “destino manifesto” pode reacender tensões históricas na América Latina e na Europa. Embora Trump concentre energias em controlar regiões simbólicas, analistas apontam que tais estratégias não resolveriam o grande embate comercial e tecnológico com a China. Ao contrário, poderiam abrir precedentes para outros países alegarem direito de expansão em áreas disputadas, criando instabilidade global.
A postura de Trump tende a intensificar disputas. O analista Howard W. French, por exemplo, argumenta que ocupar novos territórios não anulará o investimento chinês em inovação nem resolverá desafios futuros, sobretudo em tecnologia e processos industriais. Há também o risco de o governo americano se ver isolado diplomaticamente, caso siga adiante com planos que muitos consideram anacrônicos.
A comunidade internacional observa com atenção cada movimento de Trump em relação ao “destino manifesto”. Embora apresente um discurso de supremacia e expansão, ele enfrenta uma realidade em que o poder global se distribui cada vez mais entre diversos atores. O futuro mostrará se essa estratégia de reviver ideias do século XIX logrará êxito ou apenas abrirá mais frentes de conflito para os Estados Unidos.
Publicação de: Blog do Esmael