Sob comando lulista, Copom define novas direções para a Selic
Próxima batalha do governo Lula contra a taxa de juros já tem data marcada e promete intensificar o debate econômico no país
O Comitê de Política Monetária (Copom) realizará sua próxima reunião nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025, sob nova configuração: a maioria dos membros agora foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa será a primeira oportunidade para o recém-empossado presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, imprimir a marca do governo Lula em uma das principais decisões econômicas do país — a definição da taxa básica de juros, a Selic.
O Copom é formado pelo presidente do BC e mais oito diretores. Dos 9 membros desse colegiado, sete deles foram indicados pelo presidente Lula.
Atualmente fixada em 12,25%, a Selic é a segunda mais alta do mundo, o que reforça a urgência de medidas que impulsionem a economia brasileira. A taxa elevada tem impacto direto no crédito, no consumo e nos investimentos, dificultando o acesso a financiamentos e desestimulando o crescimento econômico.
Com 7 das nove cadeiras do Copom preenchidas por indicados do governo, as decisões sobre a Selic passam a carregar maior responsabilidade política para o presidente Lula. Caso opte por uma redução mais agressiva da taxa, o governo poderá sinalizar ao mercado uma nova abordagem econômica, buscando estimular a atividade produtiva e diminuir os custos de crédito. No entanto, uma manutenção ou aumento da Selic poderá ser interpretado como um gesto de cautela diante da pressão do mercado [mais ricos] e dos banqueiros.
Essa mudança no comando do Copom não se restringe ao campo econômico. Com as eleições de 2026 se aproximando, os movimentos de Lula sobre a taxa de juros podem indicar suas intenções eleitorais. Uma redução da Selic, associada a um crescimento econômico mais robusto, reforçaria a narrativa de sucesso do governo e sua possível candidatura à reeleição. Por outro lado, caso os juros permaneçam elevados, o presidente poderá enfrentar maiores dificuldades para consolidar sua base de apoio político e viabilizar um novo mandato.
A manutenção da Selic em patamares altos traz consequências significativas para a economia brasileira, incluindo:
- Encarecimento do crédito: Com taxas mais altas, empréstimos e financiamentos tornam-se menos acessíveis para empresas e consumidores, o que reduz o consumo e os investimentos.
- Impacto no mercado imobiliário: Financiamentos de imóveis tornam-se mais caros, dificultando o acesso à casa própria para muitas famílias.
- Aumento do desemprego: Com menos crédito e consumo, empresas cortam investimentos e postos de trabalho, agravando a situação econômica.
- Desvalorização cambial e incertezas fiscais: Apesar de atrair capital estrangeiro, uma Selic alta não tem garantido estabilidade cambial, especialmente diante de preocupações com a política fiscal.
Calendário do Copom em 2025
Além da reunião de janeiro, o Copom terá outras sete ao longo do ano, sempre com intervalos de aproximadamente 45 dias. As próximas datas são:
- 18 e 19 de março
- 6 e 7 de maio
- 17 e 18 de junho
- 29 e 30 de julho
- 16 e 17 de setembro
- 4 e 5 de novembro
- 9 e 10 de dezembro
Cada uma dessas reuniões será importante para definir o rumo da economia brasileira e sua interação com o cenário internacional.
Sob o comando do governo Lula, o Copom se torna um termômetro tanto econômico quanto político. O desafio de equilibrar a inflação, o crescimento e a confiança do mercado marcará as decisões do comitê, com reflexos diretos na trajetória econômica do país e nos desdobramentos do cenário eleitoral de 2026.
Portanto, a próxima batalha do governo Lula contra a taxa de juros já tem data marcada e promete intensificar o debate econômico no país. Fique ligado no Blog do Esmael para acompanhar, em tempo real, cada passo desse embate decisivo que se avizinha, logo após a batalha envolvendo o Pix. Não perca nenhuma atualização sobre o rumo da economia brasileira.
Publicação de: Blog do Esmael