Reino Unido vai reconhecer Estado Palestino neste domingo

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer (Partido Trabalhista), deve anunciar neste domingo (21) o reconhecimento oficial do Estado Palestino. A medida ocorre após o governo de Israel descumprir condições estabelecidas em julho e em meio ao agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza.

Starmer havia condicionado o reconhecimento à melhora do cenário humanitário e à retomada de negociações de paz. Como isso não ocorreu, Londres decidiu se alinhar aos 147 países que já reconhecem a Palestina. A decisão é histórica e coloca o Reino Unido em rota de colisão com os Estados Unidos, principais aliados de Israel.

O vice-premiê David Lammy declarou que o avanço das colônias israelenses na Cisjordânia e a escalada da violência inviabilizam a solução de dois Estados. Segundo ele, reconhecer a Palestina é uma resposta política à expansão territorial israelense, especialmente no projeto conhecido como E1, que cortaria qualquer possibilidade de viabilidade estatal palestina.

A decisão britânica acontece às vésperas da Assembleia Geral da ONU, que terá início na terça-feira (23). Starmer deve levar o tema às discussões multilaterais, mesmo sob críticas de familiares de reféns israelenses mantidos pelo Hamas. Grupos conservadores acusam o governo trabalhista de ceder à pressão de sua base parlamentar.

Em Gaza, os bombardeios israelenses continuam, com dezenas de mortos em operações noturnas. A oposição a Benjamin Netanyahu (Likud) cresce dentro de Israel, onde milhares de manifestantes exigem negociações para libertar reféns e encerrar a guerra.

No dia 715 dias de guerra em Gaza, iniciada em7 de outubro de 2023, morreram mais de 66 mil palestinos e mais de 166 mil ficaram feridos. Do lado israelense, sucumbiram1.200 pessoas devido ao ataque do Hamas, que sequestraram 251 reféns naquele dia.

O Blog do Esmael já registrou em outras ocasiões que o avanço de líderes europeus no reconhecimento da Palestina isola cada vez mais os governos alinhados ao trumpismo e a Benjamin Netanyahu, que seguem o roteiro da extrema direita mundial. A medida britânica pode acelerar um reposicionamento da União Europeia e dar novo fôlego à diplomacia internacional.

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O reconhecimento britânico é um divisor de águas. Ao mesmo tempo em que pressiona Israel a negociar, expõe o alinhamento cego de Trump e ao extremismo de direita no Oriente Médio. A paz só será possível com dois Estados, lado a lado, soberanos e reconhecidos.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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