Ratinho Júnior presta solidariedade a Bolsonaro e pede “equilíbrio entre Poderes”
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), usou as redes sociais na noite desta segunda-feira (4) para manifestar solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A publicação do governador se deu às 20h03, logo após a repercussão nacional e internacional da decisão judicial que impôs tornozeleira eletrônica e restrição de visitas a Bolsonaro.
“Não será com ativismo, seja de qualquer parte, que iremos construir um novo País”, escreveu Ratinho Jr. em tom crítico, defendendo o fortalecimento das instituições e a “harmonia dos Poderes”.
Sem citar diretamente o STF, o governador reforçou a necessidade de respeitar a Constituição, mas aproveitou o momento para fazer um aceno claro à base bolsonarista, ao declarar: “Ao ex-presidente Bolsonaro, a minha solidariedade”.
Análise política: gesto calculado e ambíguo
A manifestação de Ratinho Júnior ocorre em um momento delicado para o PSD, partido que tenta consolidar uma alternativa de centro-direita para 2026. O aceno ao ex-presidente, ainda popular entre segmentos da direita, pode sinalizar uma tentativa de aproximação estratégica, especialmente após o desgaste público entre Bolsonaro e o Judiciário.
Ao mesmo tempo, ao condenar “ativismo” e pregar equilíbrio institucional, Ratinho busca se manter viável junto ao centro político e empresarial, evitando confronto direto com o STF ou o governo federal.
Nos bastidores, líderes do PSD avaliam que a prisão domiciliar de Bolsonaro pode abrir espaço para um novo líder conservador e o governador do Paraná aparece entre os nomes ventilados.
Também reivindicam a herança do bolsonarismo, sem Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO).
Contexto: prisão domiciliar de Bolsonaro e reação da direita
A decisão de Moraes que levou à prisão domiciliar do ex-presidente se baseou em descumprimento de medidas cautelares, com uso indireto de redes sociais para atacar o STF e instigar desordem institucional.
A ordem inclui apreensão de celulares, proibição de comunicação com outros investigados e monitoramento por tornozeleira. A medida gerou forte reação de parlamentares bolsonaristas e mobilizou manifestações nas redes sociais.
A fala de Ratinho Júnior, portanto, insere-se nesse contexto de disputa simbólica e de reposicionamento da direita após a nova ofensiva judicial contra Bolsonaro.

Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
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Publicação de: Blog do Esmael