Pedro dos Anjos: Quando a assimetria militar é a arma dos covardes

GOLIAS E DAVI NAS DISPUTAS DA HISTÓRIA

Quando a assimetria militar é a arma dos covardes

Por Pedro dos Anjos

Exemplos pusilânimes de supremacia militar imposta a nações ou povos militarmente mais fracos não são novidade.

O século 20 elevou esta covardia militar a níveis sem precedentes.

Os nazifascistas europeus e os militaristas japoneses, à frente dos seus respectivos Estados, foram além na prática de esmagar países sem capacidade de combate eficaz.

A covardia do Japão com o povo de Xangai em 1937, o bombardeio da Etiópia sob as ordens de Mussolini e a agressão da Alemanha nazi contra a frágil capacidade militar da Polônia, Ucrânia e de outros pequenos países da Europa de Leste são acontecimentos bem conhecidos.

Além disso, especializaram-se nas formas mais hediondas de vingança, adotando o princípio de matar 10, 20 ou mais civis para cada soldado morto pela resistência local.

Por outro lado, com superioridade militar já consolidada em 1945, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha praticaram ou toleraram o assassinato incendiário ou atômico de centenas de milhares de civis japoneses (Tóquio, Hiroshima e Nagasaki) e alemães (Hamburgo e Dresden).

Durante a Guerra Fria que se seguiu, a antiga e poderosa União Soviética invadiu covardemente e subjugou a Alemanha Oriental, a Hungria e a Checoslováquia.

O Afeganistão foi outra vítima militar do imperialismo soviético.

Mais tarde, vimos a poderosa máquina militar americana tentando subjugar toda a Coreia e esmagar o pequeno Vietnã, sofrendo no final um revés humilhante por parte da resistência vietcongue.

Sob Reagan, procurou uma compensação patética porém trágica ao atropelar a pequena Granada em 1983.

Chegamos então ao Oriente Médio (OM) onde agora um Golias belicoso esmaga um povo sem recursos de defesa militar, os seus serviços públicos e sua infraestrutura, bem como as suas casas precárias.

Contudo, num jogo abusivo de espelhos, este Golias faz o papel de vítima, fingindo ser o pequeno Davi.

O verdadeiro Davi tem sido caçado e trucidado implacavelmente como se fosse ele o Golias.

Os números de vítimas e destruições produzidos no exercício belicoso, o acesso e a utilização desproporcional de armas de alta tecnologia, a prática vingativa de cem olhos por um olho, o apoio recebido dos principais meios de comunicação e dos fornecedores de Internet, tudo fala por si sobre quem é quem no OM.

Definitivamente, o Golias pós-moderno é o único país que possui armas de destruição em massa ali, aniquilando vidas, bombardeando instalações de saúde e impondo a fome generalizada.

Alguém já disse que os fatos são cabeçudos e não podem ser escondidos por narrativas.

No OE, neste século, todos sabem quem é Golias e quem é Davi.

Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *