MBL pede cassação de João Bettega e abre crise na Câmara de Curitiba

No tabuleiro político de Curitiba, poucas jogadas são tão explosivas quanto a que o Movimento Brasil Livre (MBL) está prestes a executar: o pedido de cassação do vereador João Bettega (União Brasil). A crise que começou nos bastidores agora é pública, e o maior beneficiado pode ser o primeiro suplente Alexandre Leprevost, que já se posiciona como herdeiro natural da cadeira.

Por que o MBL rompeu com Bettega?

Tudo começou quando ex-funcionários de Bettega, em um movimento coletivo raro na política, pediram exoneração e denunciaram o vereador. O estopim? A suposta omissão de Bettega ao não denunciar a nomeação de José Luiz Velloso, condenado por improbidade administrativa, como presidente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba. A imagem do MBL, que sempre se vendeu como guardião da ética, não poderia suportar o peso desse escândalo — alegam os denunciantes.

Após a divulgação pública da condenação, Velloso foi exonerado do cargo pelo prefeito Eduardo Pimentele, com isso, a Prefeitura de Curitiba ficou sem as tradicionais balinhas de banana de Antonina. Um prejuízo histórico para o turismo e para os apaixonados pelo doce mais famoso do Litoral.

Com a exoneração de Velloso, o MBL viu uma janela para reconstruir sua imagem, e Bettega se tornou o bode expiatório perfeito. O pedido de cassação será protocolado em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 12 de maio.

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O suplente que espera o sopro do destino

Vereador Alexandre Leprevost se filiou ao União Brasil, partido de seu irmão Ney Leprevost, pré-candidato a prefeito de Curitiba.
Este é o Vereador Alexandre Leprevost, irmão Ney Leprevost.

Do outro lado desse tabuleiro está Alexandre Leprevost, o primeiro suplente do União Brasil e irmão do deputado Ney Leprevost. Com 8.655 votos, Alexandre ficou fora da Câmara, mas nunca saiu do radar. Agora, com a crise de Bettega, ele joga parado, aguardando que o vento sopre a seu favor.

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Nos bastidores, o silêncio de Bettega e a movimentação do MBL indicam que a crise está longe de ser apenas uma disputa ética. É uma batalha por poder, influência e controle sobre o União Brasil em Curitiba.

A vingança é um prato que se come frio

Além de Alexandre Leprevost, quem acompanha essa crise com uma atenção digna de final de Copa do Mundo é o cientista político Paulo Rossi, dirigente da UGT-PR. Durante a campanha eleitoral de 2024, Rossi quase foi às vias de fato com Bettega, que invadiu uma reunião de sindicalistas para produzir conteúdos de “lacração”.

“Esse playboy, vulgo Bettega, não trabalha e gosta de invadir eventos para provocar as pessoas. Ele quer ser vereador em Curitiba, mas só sabe ofender e zombar de autistas. Um verdadeiro covarde”, afirmou na época Rossi, em um de seus vídeos.

Para Rossi, a vingança é um prato que se come frio, e não há males que durem para sempre.

Este é o cientista político e sindicalista Paulo Rossi.
Paulo Rossi: cassação seria passo importante contra a antipolítica e a lacração nas redes. Foto: reprodução/IG

Um espetáculo de moralidade ou uma manobra política?

O MBL promete uma coletiva de imprensa na segunda-feira, onde apresentará documentos e justificará o pedido de cassação. Mas nos bastidores, a pergunta que circula é outra: o movimento está mesmo preocupado com ética ou apenas deseja eliminar um aliado incômodo?

Enquanto isso, Leprevost mantém seu jogo, esperando o desfecho para saber se herda o mandato.

O efeito dominó na Câmara de Curitiba

O pedido de cassação de João Bettega não é apenas uma questão ética. É um sintoma de um jogo maior, onde os princípios são negociados e as alianças são descartáveis. O Blog do Esmael segue acompanhando este caso, trazendo as análises e os bastidores de quem conhece o poder por dentro.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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