Lula reforça críticas aos juros e projeta colheita econômica em 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a chamar atenção nacional em entrevista exclusiva ao programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (15). O encontro foi sua oitava aparição no grupo Globo em 2024 e abordou sua recuperação cirúrgica, questões econômicas e dificuldades políticas no Congresso Nacional. Ao lado de sua esposa, Janja, e do cardiologista Roberto Kalil Filho, Lula demonstrou resiliência e reforçou suas prioridades para o segundo tempo de governo.

Lula relatou detalhes da internação no Hospital Sírio-Libanês, onde passou por dois procedimentos delicados. Após sofrer uma queda e apresentar hemorragia cerebral, o presidente se submeteu a uma cirurgia para drenar o acúmulo de sangue e prevenir novos sangramentos. Apesar do susto, ele ressaltou o otimismo: “Se eu me cuidar, vou estar plenamente recuperado para as próximas agendas, inclusive internacionais”.

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Segundo Kalil, o caso foi grave, mas a rápida intervenção médica evitou complicações maiores. O presidente seguirá restrições rigorosas, como a proibição de exercícios físicos, mas já planeja retomar as atividades normais em Brasília.

Com o estilo combativo que o caracteriza, Lula voltou a criticar duramente a política de juros do Banco Central, que mantém a taxa básica acima de 12%. Para o presidente, essa é a principal barreira ao crescimento econômico:

“A inflação está controlada, em 4 e pouco. Não há explicação para juros tão altos. Isso penaliza o povo pobre.”

Em 2025, o presidente Lula passará a controlar integralmente o Banco Central, que será presidido por Gabriel Galípolo.

As declarações ecoam a insatisfação com o impacto da política monetária na retomada econômica e reforçam a tensão entre o governo e o mercado. Ao mesmo tempo, Lula defendeu que seu governo já entregou avanços importantes, como o novo PAC e a reforma ministerial. Segundo ele, 2025 será o ano da “colheita”, com resultados visíveis para a população.

O desempenho econômico é a conditio sine qua non para o projeto de reeleição de Lula em 2026. A melhoria das condições materiais dos brasileiros irá determinar se o presidente continuará ou não no Palácio do Planalto.

A entrevista também abordou a luta pela aprovação do pacote de cortes de gastos e a reforma tributária. Lula reconheceu a soberania do Congresso para alterar propostas, mas enfatizou a necessidade de equilíbrio fiscal sem sacrificar investimentos sociais. Ele reafirmou sua postura firme contra o aumento de tributos, buscando diálogo com parlamentares e equipe econômica:

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“Se o Brasil arrecadar corretamente, não será necessário aumentar impostos.”

O presidente não escondeu sua indignação ao comentar as investigações sobre tentativas de golpe de Estado por militares de alta patente, sem citar o nome do general Braga Netto. Chamando o episódio de “gravíssimo”, Lula reiterou que defende o direito à ampla defesa, mas cobrou punições exemplares para proteger a democracia.

A primeira-dama, Janja, teve papel central durante o momento crítico, descrevendo a experiência como uma das mais angustiantes de sua vida. Sua dedicação foi destacada por Lula, que enfatizou a importância do suporte emocional em sua recuperação.

Com a recuperação física em andamento e a meta de consolidar sua liderança política, Lula se mostra focado em entregar resultados concretos nos próximos dois anos. Entre os compromissos mais aguardados estão a viagem ao Japão, prevista para março de 2025, e o fortalecimento de políticas públicas para fomentar o crescimento.

A entrevista marcou não apenas o retorno do presidente à cena pública, mas também a reafirmação de sua narrativa política. Lula aposta em sua habilidade de comunicação para reforçar seu legado e enfrentar os gargalos que surgem no horizonte.

Continue acompanhando no Blog do Esmael as análises e bastidores do poder em Brasília.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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