Lula, Padilha e Gleisi lançam nesta sexta programa para zerar fila de especialistas no SUS
O governo Lula dá início a uma ofensiva contra a crônica fila de espera por médicos especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta sexta-feira (30), será lançado um novo programa que promete acelerar atendimentos e encurtar distâncias entre pacientes e especialistas — uma das maiores angústias da saúde pública brasileira.
A cerimônia nacional será realizada às 11h, no Palácio do Planalto, em Brasília, com transmissão ao vivo pelo Canal Gov. Em Curitiba, o lançamento ocorrerá no Hospital Erasto Gaertner, também às 11h, com presença da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e de lideranças técnicas do Ministério da Saúde.
Curitiba recebe primeiro equipamento
Como marco inaugural do programa, a capital paranaense será contemplada com um acelerador linear, tecnologia essencial para o tratamento do câncer. O equipamento será instalado no Erasto Gaertner, referência no atendimento oncológico no Paraná. A escolha de Curitiba como vitrine da iniciativa reforça o papel estratégico da cidade na política de saúde do governo federal.
Bastidores e alinhamento político
A presença de Gleisi Hoffmann em solo paranaense sinaliza mais do que prestígio técnico. Trata-se de uma ação articulada com vistas à disputa de 2026. O Ministério da Saúde é comandado por Alexandre Padilha, ex-ministro de Dilma e figura-chave na articulação política do Planalto. A coordenação executiva do programa cabe ao paranaense Adriano Massuda, reforçando o elo entre o Planalto e o PT estadual.
Por trás do lançamento, há uma disputa narrativa: o governo quer mostrar que não só cuida da saúde, mas que tem plano e entrega concreta. E que o discurso de abandono do SUS, propagado por setores bolsonaristas, não se sustenta diante de ações estruturadas.
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Programa mira gargalos históricos
A nova política de atenção especializada no SUS nasce com a missão de quebrar uma inércia que atravessa décadas: o tempo excessivo de espera por consultas com cardiologistas, neurologistas, endocrinologistas e outros especialistas. A proposta é usar tecnologia, gestão e regionalização para encurtar esse caminho.
Segundo fontes da Saúde, o programa será implementado com base em três pilares: rastreio precoce, integração da rede hospitalar e uso de plataformas digitais para encaminhamentos. Não se trata apenas de mais consultas, mas de reorganizar o fluxo e qualificar o acesso.
Projeções e impacto esperado

A equipe de Padilha estima que o programa impactará inicialmente 20 milhões de pessoas que hoje enfrentam filas. Em médio prazo, a meta é zerar a fila de espera em regiões-piloto, como a Grande Curitiba, ainda em 2025.
Com isso, o governo Lula tenta virar a chave do discurso — de cortes e falta de médicos para um novo ciclo de investimento público, agora em áreas que não se resolvem com mutirões pontuais.
Reconfiguração do SUS
O lançamento do programa em Curitiba não é um gesto isolado, mas parte de uma reconfiguração política e institucional do SUS. Ao investir em tecnologia de ponta e descentralização dos serviços, o governo Lula tenta reconstruir a confiança da população em um sistema que ainda é seu maior patrimônio coletivo.
No xadrez político, a iniciativa serve também como vitrine para figuras-chave do PT no Paraná — Gleisi, Massuda e Padilha. Mais do que inaugurar um equipamento, o que se pretende é inaugurar um novo ciclo de esperança no direito à saúde.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael