Lula diz à mídia internacional que não haverá golpe
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo PT, afirmou em entrevista à imprensa internacional ter certeza de que o resultado das eleições de outubro será acatado. “Não vejo como não aceitar o resultado”, disse ele. “Tenho certeza de que o resultado eleitoral no Brasil será acatado”, frisou.
Lula observou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) critica as urnas eletrônicas, mas foi eleito por esse sistema outras vezes “e nunca questionou”. “Ele é uma cópia mal-feita do Trump [ex-presidente dos EUA Donald Trump]”, afirmou.
O petista também criticou a forma como Bolsonaro trata os militares. “Ele desafia as Forças Armadas quando ele diz que as Forças Armadas são dele”, disse. “As Forças Armadas são da sociedade brasileira e têm uma função nobre estabelecida na Constituição que é defender o povo brasileiro contra possíveis inimigos externos, além de tomar conta da nossa fronteira”.
O candidato destacou ainda a importância da posse do ministro Alexandre de Moraes na Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Uma força muito viva, mostrando pela sociedade brasileira, de que o povo está cansado de autoritarismo, o povo quer democracia. O povo quer democracia na urna e o povo quer democracia no exercício do poder.”
Questionado sobre ataques sofridos na campanha, o petista disse que não responderá a investidas pessoais. “Eu jamais envolvi qualquer mulher de presidente em campanha”, disse. “Eu não quero saber se o meu adversário é católico, evangélico, se ele cheira ou não cheira, se ele bebe ou não bebe. Eu não quero saber. A minha divergência com ele é sobre as ideias políticas e programáticas. É aí que está o debate”.
América do Sul Lula também falou sobre a relação com países da América do Sul. Defendeu, por exemplo, a alternância de poder na Venezuela. “Eu gostaria de desejar para a Venezuela o que eu quero para o Brasil. Quero que as eleições sejam sempre mais livres, que se acate o resultado”, disse.
“Eu defendo a alternância de poder não apenas para mim, eu defendo para a Venezuela também, eu defendo para todos os países”. Ele acrescentou que, quando foi presidente, teve uma relação “extraordinária” com a Venezuela e vai tratar o país com respeito se for eleito novamente.
O ex-presidente afirmou que, se ganhar as eleições, vai trabalhar para fortalecer a relação entre os países da América do Sul dos pontos de vista econômico, comercial, político e cultural. “A vitória no Chile, a vitória na Argentina, a retomada na Bolívia, a vitória na Colômbia é uma demonstração que o povo latino-americano não quer mais fascista dirigindo nosso continente, é de que o povo quer democracia”.
Valor Econômico
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