Lula busca fortalecer base no Senado para 2026 e negocia apoio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já prepara uma ofensiva para garantir maior controle do Senado em 2026, ciente de que a casa legislativa pode se tornar um grande obstáculo para sua governabilidade. Com dois terços das cadeiras em disputa, o Senado pode definir o futuro de pautas estratégicas do governo e até mesmo influenciar temas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), uma bandeira da extrema direita bolsonarista.

Selo Diamante

Nos bastidores, Lula admite que a prioridade será aumentar a bancada governista, mesmo que isso signifique abrir mão de candidatos a governos estaduais em troca de nomes fortes para o Senado. Segundo fontes próximas ao presidente, ele já teria dito que troca “cinco governadores por um senador”, evidenciando a relevância da disputa.

Senado de 2026 pode ser ainda mais hostil ao governo

A preocupação de Lula não é infundada. Em 2025, o Senado continua dominado pelo consórcio PL-Centrão-Governo, mas com a ala do Centrão frequentemente alinhada à oposição, dificultando articulações do Planalto. Essa fragilidade já se manifestou em votações críticas, como a resistência a aprovações de medidas econômicas e o avanço de investigações contra aliados do governo.

 Formatura Cascavel 27/02/2025

O risco para o PT em 2026 é que muitas das vagas em disputa atualmente pertencem a parlamentares da base governista. Com a oposição organizada, há possibilidade de o bolsonarismo conquistar metade das 54 cadeiras disponíveis, ampliando sua influência na casa. Isso poderia transformar a eleição em um plebiscito sobre temas polêmicos, como aborto, drogas e a composição do STF, alinhando o Senado com uma agenda ultraconservadora.

A falta de nomes fortes no PT preocupa o Planalto

Apesar da estratégia clara, o governo enfrenta dificuldades na composição de chapas para o Senado em estados estratégicos. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, por exemplo, ainda não há nomes petistas consolidados para a disputa. Enquanto isso, a oposição já articula figuras conhecidas, como Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, para fortalecer sua bancada no Congresso.

Diante desse cenário, Lula tem buscado convencer ministros e aliados influentes a disputarem uma vaga no Senado em 2026, em vez de almejarem cargos executivos. Nos últimos meses, ao menos um ministro foi sondado para abrir mão de uma eventual candidatura ao governo de seu estado e encarar a disputa pelo Senado, em uma tentativa de frear o crescimento da extrema direita na casa legislativa.

O peso da Federação Brasil da Esperança na articulação

A Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) será peça-chave na estratégia de Lula. O presidente pretende usar o palanque da federação nos estados como moeda de troca para garantir apoio a candidaturas prioritárias ao Senado. Essa tática já foi utilizada com sucesso em 2006, quando Lula conseguiu ampliar sua base parlamentar e terminou seu segundo mandato com altos índices de aprovação.

Caso repita a estratégia, o governo poderá fortalecer sua posição no Senado e pavimentar o caminho para a sucessão em 2030, reduzindo a influência bolsonarista no Congresso e garantindo um ambiente político mais favorável para os próximos anos.

Lula enxerga a disputa pelo Senado como a segunda eleição mais importante de 2026, logo após a presidencial. Para evitar um cenário adverso, o presidente aposta em uma articulação pesada para garantir maioria na casa, priorizando candidaturas estratégicas e negociando apoios estaduais. A batalha já começou nos bastidores, e os próximos meses serão decisivos para definir os rumos da base governista no Congresso.

Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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