Lula atribui oscilações no mercado a ‘especuladores’
Foto: JOSEPH EID / AFP
Na manhã seguinte à entrega da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê o benefício Bolsa Família fora do teto de gastos por tempo indeterminado, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou, nesta quinta-feira (17/11), a cobrança do mercado financeiro pela delimitação de gastos.
“Se cair a Bolsa e aumentar o dólar, paciência. Isso não acontece por conta de pessoas sérias, mas por conta de especuladores”, afirmou Lula, durante pronunciamento na Conferência Internacional do Clima (COP27), no Egito.
A declaração do presidente eleito ocorre no contexto em que o mercado questiona a política econômica do futuro governo. Há preocupações quanto à capacidade de o estado ter recursos para executar políticas sociais prometidas pelo petista ao passo que cumpre o pagamento da dívida pública. Diante disso, o Ibovespa registrou queda de 2,6% e o dólar fechou a última quarta-feira (16) aos R$ 5,38.
Durante o discurso desta quinta, na COP27, Lula enfatizou a ideia de ser impossível haver responsabilidade fiscal — cobrada pelo mercado — sem a formulação de políticas públicas comprometidas com o social.
“Se o teto (de gastos) fosse para discutir que a gente não vai pagar juros ao sistema financeiro para manter a política social intacta, certo (vale a cobrança pelo teto de gastos). Mas não, tudo o que se faz para cobrar o teto é tirar dinheiro da saúde, educação, ciência e cultura. Ou seja, você tenta desmontar o social e não mexe um centavo no sistema financeiro”, pontuou o presidente eleito.
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