Lava Jato x Lava Jato: Appio dispara contra Moro após STF anular provas de Youssef

A anulação das provas contra o doleiro Alberto Youssef determinada pelo ministro Dias Toffoli no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu uma antiga disputa dentro da própria operação Lava Jato. O juiz federal Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, disparou publicamente contra Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato e hoje senador pelo União Brasil.

Segundo Appio, a decisão do STF confirma que a força-tarefa de Curitiba “fabricou provas e delações” contra adversários políticos, especialmente o presidente Lula. Desde 2015 havia um grupo de Telegram da Lava Jato de Curitiba intitulado ‘Lula!’. Está na decisão do STF“, declarou o juiz nesta quarta-feira, 16 de julho. “Está mais do que provado. Fabricaram provas e delações.”

Appio, que se tornou uma das vozes mais críticas aos métodos da operação desde sua passagem pela 13ª Vara, responsabilizou diretamente Sergio Moro pelo colapso jurídico da Lava Jato: “Moro arruinou todas as investigações, assim como já havia feito no caso Banestado. Novamente trocou os pés pelas mãos.”

A referência ao escândalo do Banestado, que investigou remessas ilegais de bilhões de reais ao exterior nos anos 2000, não é gratuita. Appio relembra que, à época, Moro também teria desrespeitado regras de competência territorial e comprometido investigações robustas. “Ele não respeitava as regras de competência de cada juiz e cometeu os mesmos erros com a Lava Jato, agora com motivação política”, criticou.

A decisão de Toffoli anulando os atos contra Youssef é considerada um marco jurídico: derruba a condenação-mãe da Lava Jato, colocando em xeque centenas de sentenças derivadas, inclusive algumas com repercussões eleitorais. Embora o STF não tenha invalidado o acordo de colaboração do doleiro, a nulidade dos atos praticados na 13ª Vara de Curitiba aponta vícios processuais graves.

Appio autorizou o Blog do Esmael a publicar suas declarações com citação direta. As falas evidenciam o grau de desgaste interno da operação que já foi símbolo do combate à corrupção no país, mas hoje acumula decisões judiciais apontando abusos, ilegalidades e conluios entre magistrados e procuradores.

Enquanto Moro tenta sustentar sua imagem para 2026, quando pretende concorrer ao governo do Paraná, agora sob o risco de novas ações judiciais e da completa implosão da Lava Jato, a fissura pública entre os “lavajatistas” escancara o esgotamento do modelo que se vendia como impoluto, mas sucumbiu à politização e à perseguição seletiva.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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