IBGE: 9 em cada 10 brasileiros acima de 10 anos têm celular e usam internet

Em 2024, nove em cada 10 brasileiros com 10 anos ou mais tinham acesso tanto ao telefone celular quanto à internet. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada nesta quinta-feira (24/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 167,5 milhões de pessoas nessa faixa etária (88,9% do total) possuíam telefone móvel para uso pessoal, enquanto 168 milhões (89,1%) utilizaram a internet em qualquer local ou por qualquer meio nos três meses anteriores à pesquisa.

Ambos os indicadores apresentaram alta em relação a 2023, quando o acesso à internet, por exemplo, atingiu 88% da população, mantendo trajetória de crescimento desde 2016, quando 66,1% utilizavam a rede. Já a posse de telefone celular era de 163,8 milhões de pessoas, o equivalente a 87,6% dos brasileiros com 10 anos ou mais.

Apesar de o acesso à rede e à telefonia móvel ser cada vez mais disseminado, as diferenças entre áreas urbanas e rurais permanecem. Entre os moradores de cidades, 90,2% usaram a internet em 2024, enquanto no campo o percentual foi de 81%.

A distância entre esses grupos, porém, vem diminuindo. Entre 2023 e 2024, o acesso à rede cresceu 4,4 pontos percentuais nas áreas rurais, contra 0,6 ponto nas urbanas. O mesmo ocorreu com a posse de celular: em oito anos, a proporção de pessoas com aparelho no campo subiu de 54,6% (2016) para 77,2% (2024).

O crescimento geral (urbano e rural) foi de 77,4% para 88,9% entre 2016 e 2024.chart visualization

Regiões com mais e menos conectados

Regionalmente, o Centro-Oeste liderou em 2024 no uso da internet (93,1% da população) e na posse de celular (92,6%).

No outro extremo, Norte (83,7% para celulares e 88,2% para internet) e Nordeste (84% e 87,2%) ficaram com os menores percentuais.

Mesmo com os índices mais baixos, Norte e Nordeste foram as regiões que mais cresceram entre 2019 e 2024 no uso da internet: altas de 18,2 e 17,2 pontos percentuais, respectivamente.

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Celular é principal porta de entrada para a internet

Entre os brasileiros com celular, quase todos utilizavam o aparelho para se conectar à internet: 97,5% em 2024, frente a 96,7% em 2023. O percentual foi de 97,7% nas cidades e 96% no campo.

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A pesquisa mostra que a posse de celular varia entre as faixas etárias. Em 2024, 56,5% das pessoas de 10 a 13 anos tinham o aparelho, contra 87,6% entre jovens de 14 a 19 anos. Os índices mais altos foram registrados entre adultos de 25 a 39 anos (96,4% a 96,5%).

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A partir dos 40 anos, os percentuais começam a cair: 92,4% entre pessoas de 50 a 59 anos e 78,1% entre aquelas com 60 anos ou mais. Ainda assim, este último grupo apresentou avanços importantes: a posse de celular cresceu 11,5 pontos percentuais desde 2019 e dois pontos percentuais em relação a 2023.

Além disso, entre 2019 e 2024, o percentual de pessoas com 60 anos ou mais conectadas à internet no Brasil saltou de 44,8% para 69,8%. O crescimento de 25 pontos percentuais foi o maior entre todos os grupos etários analisados.

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Quem ainda não tem celular e motivos

Mesmo com a expansão, 20,9 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais (11,1% dessa população) não possuíam celular em 2024. Em 2019, esse índice era de 18,6%, e em 2023, de 12,4%.

Entre os que não têm aparelho, 54,4% são homens, 36,9% têm 60 anos ou mais e 24,2% têm entre 10 e 13 anos. O perfil também se caracteriza por baixa escolaridade: 80,3% não tinham instrução ou não concluíram o ensino fundamental.

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Os motivos mais citados para não possuir celular foram: não saber usar o aparelho (30,4%), considerar desnecessário (21,8%) e preço do equipamento (19,4%). Outros fatores incluem uso do celular de terceiros (10,8%), preocupações com privacidade e segurança (7,6%), custo do serviço (2,4%) e falta de cobertura (0,5%).

As motivações variam ainda conforme a idade. Entre pessoas com 60 anos ou mais, 59,3% afirmaram não saber usar e 24,1% disseram não sentir necessidade.

Já entre jovens de 10 a 13 anos, o fator mais citado foram preocupações com privacidade e segurança (24,1%), seguidas por falta de necessidade (22,8%), custo do aparelho (21,5%) e uso de celulares de terceiros (17,7%).

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Televisão segue presente, mas com mudanças

Enquanto o número de pessoas com celular aumenta, a presença de televisores nos lares brasileiros segue tendência de queda.

Em 2024, 93,9% dos 80,1 milhões de domicílios permanentes do país tinham televisão. No ano anterior, o percentual era de 94,3% entre 75,2 milhões de residências. Em 2016, dos 65,5 milhões de domicílios, a TV estava presente em 97,2% dos lares.

Nas áreas urbanas, a proporção foi de 94,5%, enquanto nas rurais, 89%. As regiões Sudeste (95,8%) e Sul (95,6%) lideraram, e o Norte teve a menor taxa (88,1%).

A substituição dos televisores de tubo por modelos de tela fina continua acelerada. Entre 2023 e 2024, os domicílios com TVs modernas subiram de 68,5 milhões para 71,3 milhões, enquanto os com aparelhos de tubo caíram de 6,8 milhões para 5 milhões.

A renda também influencia: em domicílios com TV de tubo, o rendimento per capita foi de R$ 1.133, equivalente a 52,4% da renda dos lares com tela fina (R$ 2.162). Onde havia apenas TVs antigas, o valor médio foi de R$ 952, menos da metade dos R$ 2.170 registrados em residências com apenas televisores modernos.

Antenas parabólicas e a transição para o digital

Em 2024, 21,3% dos domicílios com televisão utilizavam antena parabólica, 52,2% nas áreas rurais e 17,6% nas urbanas. Pela primeira vez, as mini parabólicas digitais, compatíveis com a rede 5G, superaram as parabólicas grandes: 11,1 milhões contra 5,8 milhões de domicílios, ou 14,7% e 7,7% do total de lares com TV, respectivamente.

Cerca de 229 mil residências ainda dependiam exclusivamente do sinal analógico das parabólicas grandes, uma queda de mais de 500 mil domicílios em relação a 2023. A tendência é que esse tipo de antena deixe de ser usado com a migração para sistemas digitais.

Cresce o número de lares sem acesso a TV aberta ou paga

A diminuição do uso de parabólicas e da TV por assinatura levou ao aumento dos domicílios sem acesso a canais de televisão aberta ou paga. Em 2022, eram 2,8 milhões de lares nessa condição; em 2023, 3,8 milhões; e em 2024, 5 milhões — 6,7% do total de residências permanentes do país.

O Centro-Oeste apresentou o maior percentual (8,6%), influenciado principalmente pelas áreas rurais, onde a taxa chegou a 11,8%.

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Publicação de: Blog do Esmael

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