Histórico: Presidenta do Supremo Tribunal Militar pede perdão às vítimas da ditadura e famílias. VÍDEO
Redação Viomundo
Nesse sábado, 25 de outubro, um ato inter-religioso na Catedral da Sé lembrou os 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, nas dependências do DOI-Codi paulista.
Vlado, então diretor da TV Cultura, foi morto em 25 de outubro de 1975, após se apresentar voluntariamente para prestar depoimento sobre supostos vínculos com o PCB — Partido Comunista Brasileiro, o Partidão.
O regime militar divulgou a versão de que Vlado teria se enforcado em uma cela, com o cinto do macacão. Mas investigações posteriores comprovaram que ele foi torturado e morto por agentes do Estado.
Na cerimônia desse sábado, um momento histórico, muito emocionante.
A presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha, pediu perdão pelos erros e omissões cometidos durante a ditadura militar no Brasil.
Veja no vídeo acima.
Maria Elizabeth disse:
“Estou presente a este ato para, na qualidade de presidente da Justiça Militar da União, pedir perdão a todos que tombaram e sofreram lutando pela liberdade. Pedir perdão pelos erros e as omissões judiciais cometidas durante a ditadura. Eu peço perdão a Vladimir Herzog e sua família. A Paulo Ribeiro Bastos e a minha família. A Rubens Paiva e à Miriam Leitão e seus filhos. A José Dirceu. A Audo Arantes. A José Genoino e Paulo Vannuchi. A João Vicente Goulart e a tantos outros homens e mulheres que sofreram com as torturas, as mortes, os desaparecimentos forçados e o exílio. Eu peço, enfim, perdão à sociedade brasileira e à história do país”.
Muita gente estranhou a presidente do STM ter pedido perdão à família dela.
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A explicação está em entrevista ao Blog do Helcio Zolini, em janeiro de 2025, na qual revelou que a família dela, integrada por militares, havia sido vítima da ditadura militar (1964-1985).
Zolini escreveu:
”Ao falar sobre os anos de chumbo, a ministra revela que a sua família, integrada por militares, foi vítima da ditadura militar (1964–1985). O cunhado dela, Paulo Costa Ribeiro Bastos, era filho de um general e participava do MR-8, quando foi capturado, torturado e teve o seu corpo jogado no mar. O nome dele está entre os 434 mortos e desaparecidos políticos relacionados pela Comissão Nacional da Verdade”.
Publicação de: Viomundo
