Gleisi Hoffmann prevê prisão de Bolsonaro após indiciamento
Ex-presidente criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal: “Faz tudo o que não diz a lei”
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, manifestou-se com firmeza sobre o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21). “O indiciamento de Jair Bolsonaro e sua quadrilha, instalada no Planalto, abre o caminho para que todos venham a pagar na Justiça pelos crimes que cometeram contra o Brasil e a democracia: tentar fraudar eleições, assassinar autoridades e instalar uma ditadura. Prisão é o que merecem! Sem anistia”, declarou.
Gleisi destacou o envolvimento de figuras próximas a Bolsonaro no suposto plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. “Todos os autores do plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes foram ministros efetivos ou interinos de Jair Bolsonaro. A trama foi discutida e aprovada na casa do candidato a vice de Bolsonaro. O plano Punhal Verde Amarelo foi impresso no Palácio do Planalto, onde ele tinha gabinete, e levado ao Alvorada, onde se escondia”, afirmou.
O ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, também se pronunciou sobre o caso. “O ex-presidente Bolsonaro estava no centro de comando do golpe”, disse, referindo-se às acusações de que Bolsonaro teria participado de uma trama para desestabilizar o governo eleito.
A Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro, por suposto envolvimento em um planejamento de golpe de Estado após a vitória de Lula em 2022. Na quarta-feira, a PF realizou uma operação que prendeu seis militares acusados de planejar a morte de autoridades.
Segundo a investigação, um militar chegou às imediações da casa de Alexandre de Moraes com o objetivo de prender o magistrado. O plano, denominado Punhal Verde Amarelo, teria sido elaborado e discutido em locais ligados ao círculo próximo de Bolsonaro.
Em resposta às acusações, Jair Bolsonaro se manifestou pela primeira vez através da rede social X (antigo Twitter). Em conversa telefônica com a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, site parceiro do Blog do Esmael, o ex-presidente criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal. “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, afirmou.
Bolsonaro também questionou o indiciamento pela Polícia Federal. “Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, declarou.
A referência de Bolsonaro ao termo “criatividade” remete a uma mensagem de Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, para Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral. “Use a sua criatividade rsrsrs”, escreveu Vieira, ao responder sobre a dificuldade de formalizar uma denúncia contra uma publicação.
A situação acentua a tensão política no país e levanta questões sobre os limites entre oposição política e ações contra a democracia. Enquanto isso, a sociedade aguarda desdobramentos que possam trazer esclarecimentos e justiça.
Gleisi Hoffmann foi enfática: “O Brasil só terá paz e só ficará livre dos terroristas da extrema direita quando todos eles pagarem por seus crimes, a começar pelo chefe”.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael