Explosões em Brasília ameaçam anistia e futuro político de Bolsonaro
Lula e Bolsonaro são os que mais perdem com as explosões em Brasília
As explosões que abalaram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, nesta quarta-feira (13), lançam novas sombras sobre o já conturbado cenário político nacional e podem dificultar significativamente o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Inelegível até 2030, Bolsonaro apostava na aprovação de um projeto no Congresso Nacional que o livrasse das sanções e também beneficiasse os condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados aos eventos de 8 de janeiro.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, é o relator do inquérito que investiga esses novos ataques, supostamente realizados por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, um chaveiro de 59 anos oriundo de Rio do Sul (SC).
Tiü França foi candidato a vereador pelo PL nas eleições de 2020. E, antes do atentado, Francisco vinha manifestando posições extremistas e insatisfações políticas.
Em publicações recentes, ele fez ameaças explícitas, mencionando “comunistas de merda” e indicando planos de ataques com explosivos contra figuras públicas e instituições.
Em uma de suas postagens, ele declarou: “Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda.
No entanto, as ações violentas reacendem debates sobre segurança nacional e podem endurecer a posição do Judiciário e do Legislativo quanto a concessões de anistia.
Caso esse clima de instabilidade persista, as chances de Bolsonaro retornar ao cenário eleitoral em 2026 tornam-se cada vez mais remotas. Nesse contexto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como potencial adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima disputa presidencial.
Lula, que considerava Bolsonaro como o adversário mais previsível e talvez mais confortável de enfrentar, agora se depara com a possibilidade de encarar Tarcísio, um nome que vem ganhando força e representaria mais robustez na corrida pelo Planalto.
A escalada de tensão política exige cautela e responsabilidade de todas as esferas de poder. É imprescindível que as instituições atuem de forma coesa para garantir a estabilidade democrática e evitar que episódios isolados comprometam o futuro político do país.
A princípio, Lula e Bolsonaro são os que mais perdem com as explosões em Brasília.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
Publicação de: Blog do Esmael
