EUA x Rússia: CIA operava 12 bases secretas na Ucrânia desde 2022
Uma bomba informativa explodiu nos bastidores da geopolítica global: a CIA montou ao menos 12 bases secretas na Ucrânia desde 2022 para espionar e sabotar ações russas durante a guerra. A revelação é do The New York Times, neste domingo (30), e mostra até onde foi o envolvimento dos Estados Unidos no conflito do Leste Europeu.
Mais do que armas, tanques e mísseis, Washington entregou inteligência de alto nível, coordenação estratégica e até cobertura para espionagem ativa contra o Kremlin — tudo isso antes mesmo da OTAN entrar no jogo com força total.
E agora, sob Donald Trump, essa engrenagem foi desligada da tomada.
O então presidente Joe Biden não economizou munição. Em março de 2022, com a invasão russa em pleno vapor, o Congresso dos EUA autorizou US$ 13,6 bilhões em ajuda militar para a Ucrânia. No mês seguinte, Biden pediu mais US$ 33 bilhões, numa demonstração clara de que a guerra era também dos americanos — só que por controle remoto.
Segundo o NYT, foi nesse contexto que a CIA instalou bases secretas em solo ucraniano. Essas instalações transmitiam dados em tempo real, rastreavam tropas russas e apoiavam redes clandestinas pró-Kiev.
Dá pra dizer que o Pentágono virou Uber de inteligência para Zelensky, com direito a interceptações, satélites e escutas de última geração.
Com a volta de Donald Trump à Casa Branca em 2024, o romance entre Washington e Kiev virou divórcio litigioso.

Em fevereiro de 2025, Zelensky foi recebido com pompa, mas sem plateia simpática. Trump exigiu concessões territoriais à Rússia e encerrou os canais de inteligência e a ajuda militar em março — deixando a Ucrânia vendida à própria sorte.
A reunião virou bate-boca diplomático. Trump, fiel ao discurso “America First” [“América Primeiro”], jogou o problema no colo dos europeus: “Se virem”.
A ordem era clara: adeus CIA, adeus blindados, adeus artilharia guiada. A Ucrânia amanheceu órfã do Tio Sam.
Com os EUA virando as costas, a União Europeia corre para tapar o buraco. A França, sob Macron, propõe a criação de uma força de dissuasão militar europeia — o embrião de uma OTAN 2.0 sem os Estados Unidos.
Enquanto isso, o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmihal, faz apelos desesperados: “A ajuda dos EUA é crítica. Sem ela, a defesa aérea fica comprometida.”
A ofensiva russa ganha tração, e a Ucrânia caminha para uma encruzilhada histórica — talvez a mais sombria desde 2014.
Essa história tem todos os ingredientes de uma nova Guerra Fria, só que agora com guerra quente, drones e desinformação em tempo real.
O que o New York Times revelou não é apenas uma trama de espiões — é a radiografia de um mundo em convulsão, onde alianças evaporam com a mudança de governo e onde a soberania dos países virou peça no tabuleiro da geopolítica.
Zelensky virou peão e Trump, o enxadrista que ameaça derrubar o tabuleiro.
A pergunta que não quer calar: a Europa vai aceitar ser o coadjuvante de sempre? Ou finalmente vai construir sua própria defesa, sem depender do humor de presidentes americanos?
A guerra da Ucrânia mudou de fase. E, com ela, o jogo de xadrez global também.

Publicação de: Blog do Esmael