Esquerda demonstra força ao reunir milhares contra PEC da Blindagem em ato com Gil, Chico e Caetano no Rio
A praia de Copacabana recebeu milhares de pessoas neste domingo (21) para protestar contra as aprovações da PEC da Blindagem pela Câmara dos Deputados e a urgência do projeto de anistia aos parlamentares na última semana. Antes mesmo das 14h da tarde, horário marcado para início da concentração, os manifestantes começaram a se reunir em frente ao palco político do ato, na altura do posto 5 em Copacabana, zona sul da cidade.
O ato foi organizado pela Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, assim como em outras capitais do país como Salvador e São Paulo. Projeções feitas pela Universidade de São Paulo (USP) a partir das imagens aéreas estimaram a presença de 41 mil pessoas na manifestação do Rio de Janeiro, a margem de erro é de 12%.
Além de questionar a aprovação das propostas na Câmara, as falas de parlamentares, centrais sindicais e movimentos sociais reforçaram que a ida às ruas também está relacionada a pautas que tragam melhorias para a vida da classe trabalhadora como a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e o fim da escala 6×1, pautas do plebiscito popular em curso.
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Em uma das primeiras falas Maria Eduarda (Duda) Quiroga, membro da direção executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT) falou sobre a necessidade de pautar o Congresso e não apenas o contrário. “Precisamos pautar aquilo que muda a vida da classe trabalhadora como a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário”, defendeu.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB) homenageou as vítimas da ditadura pediu uma saudação pelos mortos na ditadura que lutaram pela democracia. “Por aqueles que morreram e lutaram para nós chegarmos até aqui, aqueles que na ditadura militar deram suas vidas, a todos aqueles que morreram por nós”.
Se aproximava das 17h quando as deputadas federais Talíria Petrone (Psol) e Benedita da Silva (PT) fecharam os discursos do ato. Talíria registrou a força do ato e pediu uma campanha para tornar o Congresso mais popular. “Tá lindo, tá emocionante. E depois de uma semana muito dura, mostramos que temos lado e que não vamos aceitar um Congresso que tantas vezes é inimigo do povo”, disse.
Já Benedita recordou que desde sua infância ela vivencia a criminalização da população moradora de favelas, quando a preocupação deveria estar voltada para o Congresso, ao aprovar propostas como as que foram adiante na última semana, em vez de pautar projetos que tragam benefícios para a população. Ela falou ainda sobre a importância da soberania. “A soberania do país não é apenas o seu processo democrático, é a minha liberdade, é a sua liberdade. Estamos aqui para sustentar a nossa democracia”, sentenciou.
O clima de Diretas Já ganhou corpo com o início da participação dos principais artistas da música popular brasileira às 17h. Em um palco montado em frente ao destinado para parlamentares, centrais e movimentos sociais, Maria Gadú e Marina Senna abriram cantando “Ideologia” e “Brasil” de Cazuza e em seguida Caetano Veloso emocionou a todos com Podres poderes.
As apresentações em cantos de protesto seguiram até o começo da noite com a presença de Chico Buarque e Gilberto Gil cantando Cálice, um ícone da música de protesto durante a ditadura militar. Outros grandes nomes da música como Paulinho da Viola, Djavan, Ivan Lins, Lenine, Frejat, ex-vocalista do Barão Vermelho, Teresa Cristina e Pretinho da Serrinha também emocionaram o público com músicas intimistas e que falavam de futuros promissores. Entre elas estavam Para o dia nascer feliz, do Barão Vermelho, na voz de seu antigo vocalista, uma das últimas do ato.
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Publicação de: Brasil de Fato – Blog