Datafolha: 51% aprovam prisão domiciliar de Bolsonaro, 53% apoiam Moraes

A nova pesquisa Datafolha revela que 51% dos brasileiros aprovam a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento, feito nos dias 11 e 12 de agosto com 2.002 pessoas em 113 municípios, também mostra que 53% consideram que o magistrado age dentro da lei. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Prisão por descumprimento de cautelar

A decisão de Moraes, tomada em 4 de agosto, ocorreu após Bolsonaro participar virtualmente de um ato em seu favor, o que, segundo o ministro, violou a proibição de usar redes sociais de terceiros. O ex-presidente aguarda julgamento, previsto para começar em setembro, sob acusação de tramar um golpe de Estado após perder a eleição de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Opinião pública dividida

O levantamento aponta que 42% discordam da prisão, 4% não souberam responder e 3% se mostraram indiferentes. Entre os jovens de 16 a 24 anos, o apoio sobe para 60%, enquanto no Sul, reduto bolsonarista, 51% consideram a prisão injusta e 43% a apoiam. A decisão é conhecida por 87% dos eleitores, mas só 30% dizem estar bem informados sobre o caso.

Avaliação de Moraes e comparação histórica

Para 39%, Moraes persegue Bolsonaro por razões políticas, enquanto 43% avaliam que a Justiça o trata pior que outros políticos. Em 2018, quando Lula foi preso, 54% consideraram a medida justa. A principal diferença é que no caso do petista havia sentença confirmada em duas instâncias, enquanto Bolsonaro responde a medidas cautelares.

Reação internacional e cenário político

A narrativa de perseguição é defendida por Bolsonaro e amplificada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs tarifas de 50% a exportações brasileiras, cassou vistos de ministros do STF e incluiu Moraes em lista de sanções. Apesar disso, a maioria dos brasileiros discorda dessa visão e apoia as ações do magistrado. O julgamento de setembro pode redefinir o futuro político do ex-presidente e o equilíbrio de forças na extrema direita brasileira.

Publicação de: Blog do Esmael