Curi reafirma candidatura e expõe fissura no grupo de Ratinho Júnior

O deputado Alexandre Curi (PSD-PR), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), reafirmou neste sábado (30) que será candidato ao Palácio Iguaçu em 2026, mesmo sabendo que o governador Ratinho Júnior (PSD-PR) pode ter um nome de “coração” para a sucessão. Curi, no entanto, se apresenta como o nome da “razão” política para enfrentar o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR).

Nos bastidores, comenta-se que a preferência pessoal de Ratinho recai sobre o secretário Guto Silva (PSD), mas aliados avaliam que ele não seria o melhor nome para o embate cruento que se avizinha.

Na noite de sexta (29), em Matinhos, Litoral do Paraná, Curi promoveu um encontro de prestação de contas com lideranças locais. O evento serviu de palco para projetar seu nome ao governo e consolidar apoio territorial. Logo cedo, no sábado, o parlamentar se encontrou com o apresentador Ratinho, pai do governador, e deixou claro que não abre mão da disputa, alegando ser o mais competitivo para a sucessão.

Curi também avaliou os cenários estadual e nacional. Disse que, caso o presidente do PSD, Gilberto Kassab, não sustente a candidatura presidencial de Ratinho Júnior, trabalha em um plano B no Republicanos, partido do deputado federal Marcos Pereira (SP), com quem mantém trânsito político.

O movimento de Curi aumenta a tensão dentro do grupo governista. O risco de racha é cada vez mais evidente, sobretudo após o preterimento do ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, que já é cortejado pela esquerda para disputar o governo do estado. Se Greca aceitar o convite, pode inaugurar uma debandada no bloco de Ratinho Júnior e reconfigurar o tabuleiro eleitoral paranaense.

A corrida ao Palácio Iguaçu, portanto, ganhou novos contornos: Curi se coloca de forma explícita como candidato, enquanto Greca vira peça-chave nas articulações da oposição. O futuro do grupo governista dependerá da capacidade de Ratinho Júnior manter unidos seus aliados diante das ambições pessoais e das pressões nacionais.

Leia mais análises políticas no Blog do Esmael.