Comitê Mineiro repudia brutal espancamento de mulheres pró-Palestina durante o 8 de março em Berlim; leia a nota
Nota de repúdio ao espancamento de mulheres pró-Palestina durante o 8M em Berlim
Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, em perfil de rede social
No último sábado, quando realizávamos nossos atos do 8M em todo mundo, fomos surpreendidas por vídeos que registravam a brutal violência policial contra mulheres durante uma marcha do 8M em Berlim, na Alemanha.
Elas participavam de uma manifestação feminista pacífica interseccionada com a luta palestina, organizada pela Aliança Feminista Internacionalista (Alliance of Internationalist Feminists) e integrada por coletivas de imigrantes.
Durante a agressão policial, ao menos 29 pessoas foram presas. As manifestantes foram espancadas com socos e chutes, e imobilizadas contra o chão com força desproporcional. Muitas sofreram lesões graves.
Testemunhas denunciaram abusos sexuais contra as manifestantes, como o caso de um agente policial que pressionou o rosto de uma detida, que estava de joelhos, contra seus genitais.
Tal violência horroriza, mas não é casual. Nos últimos 16 meses a postura do governo alemão é de apoio incondicional a “israel” e seus crimes contra a humanidade, reprimindo qualquer tipo de mobilização em defesa da Palestina e em denúncia do genocídio em Gaza.
Diversas vezes vimos agressões policiais contra manifestantes e represálias a estudantes, professores, intelectuais, artistas e ativistas pró-Palestina.
Também observamos neste país – assim como em muitos outros ao redor do mundo – o crescimento da extrema-direita e da representatividade de partidos neonazistas: atualmente a AfD – Alternativa para a Alemanha – conseguiu 20% das vagas do parlamento, sendo o segundo partido com mais cadeiras, ficando atrás do CDU – União Democrata-Cristã – partido cristão conservador.
O apoio incondicional a “israel” nesta conjuntura de aprofundamento de ideologias conservadoras na sociedade alemã parece expressar mais o enaltecimento do supremacismo e do colonialismo, que a dívida histórica nacional com judeus, homossexuais, ciganos, negros e pessoas com deficiência.
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Embora a repressão a uma marcha pró-Palestina não seja acontecimento excepcional na Alemanha, a última agressão que testemunhamos esteve carregada de simbolismo: o brutal espancamento de mulheres durante o dia das mulheres.
Mulheres que denunciavam o assassinato de mais de 12.300 mulheres e 17.800 crianças em Gaza, que denunciavam o total desmantelamento das condições médicas e sanitárias para que as mulheres palestinas grávidas deem luz a seus filhos e para que seus filhos possam sobreviver.
Que denunciavam, enfim, o processo de limpeza étnica perpetrado por “israel” que tem como alvo de guerra mulheres, mães, a juventude e o futuro da Palestina.
Também na França, em Paris, uma manifestação feminista pró-Palestina foi brutalmente reprimida.
Hoje as mulheres em Gaza e na Cisjordânia encarnam a luta das mulheres do mundo. Por isso a violência contra mulheres pró-Palestina em Berlim e em Paris – capitais do mundo ocidental, “desenvolvido” e “civilizado” – é tão ilustrativa da ação repugnante do capitalismo, do patriarcado, do racismo, do sionismo e do colonialismo sobre nossos corpos e subjetividades, sobre a existência das mulheres em todo o mundo.
Parem o genocídio! Pela vida das mulheres! Palestina livre!
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Publicação de: Viomundo