Começa nesta quarta a 23ª Feira da Reforma Agrária de Alagoas, a mais antiga do MST

MST inicia 23ª Feira da Reforma Agrária nesta quarta (4) em Maceió

Com produtos de todas as regiões de Alagoas, Feira reúne a diversidade do campo com alimentos in natura e pequenos processados

Por Gustavo Marinho, Página do MST 

Com a expectativa de trazer para a Praça da Faculdade, no bairro do Prado, mais de 150 feirantes dos diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de Alagoas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realiza a partir da próxima quarta-feira (4) a 23ª edição da Feira da Reforma Agrária no estado.

Com programação até o sábado (7), a Feira ocupa a agenda dos próximos dias com a comercialização de alimentos direto do campo, mas também com uma variada programação de debates, atividades culturais e oficinas.

Considerada a Feira da Reforma Agrária mais antiga realizada pelo MST em todo o país, a iniciativa em Alagoas que ocorre anualmente já é parte da cultura e organização dos camponeses e camponesas de todas as regiões e, desde 2023, está incluída no calendário oficial dos eventos do estado.

De acordo com Margarida da Silva, da Direção Nacional do MST, a Feira da Reforma Agrária, além de ser um importante espaço de comercialização de alimentos saudáveis para quem vive em Maceió, é também a possibilidade da sociedade conhecer e compreender mais sobre a luta pela terra e a realidade do campo alagoano.

“É comprando de banca em banca, falando com os feirantes, que vamos também compreendendo a verdadeira história que está por trás da macaxeira, da batata ou do inhame que levamos para a nossa mesa. É um verdadeiro encontro do campo com a cidade, que através do alimento a sociedade consegue visualizar o objetivo da nossa luta”, explicou Margarida.

Segundo a dirigente do Movimento Sem Terra, a Feira também reafirma que além da produção de alimentos saudáveis, o MST quer que esses alimentos sejam acessíveis para a mesa do povo trabalhador.

“Temos acompanhado nos últimos anos o grande crescimento de marcas de orgânicos no mercado tradicional, que são importantes iniciativas, mas que ainda estão muito distante da realidade dos trabalhadores e trabalhadoras do nosso país”, comentou.

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“Nosso papel é apresentar para a sociedade em mais um ano, através de nossa Feira, que é possível produzir sem veneno, em harmonia com a natureza e comercializar sob preço justo. E tudo isso só é possível a partir da possibilidade de democratização do acesso à terra e, naturalmente, por um conjunto de políticas públicas que possa estimular e impulsionar a produção da agricultura familiar e camponesa nas comunidades rurais de todo o Brasil”, sinalizou.

Preços acessíveis

Já orientação tradicional das edições da Feira em Alagoas, a comercialização sob preço justo atrai clientes e apoiadores da Reforma Agrária.

Isso é possível pela possibilidade da comercialização ser feita direto das mãos do camponês ou camponesa que produziu o alimento, eliminando a presença do atravessador, que é quem sai lucrando com esse processo.

Pautada na organização da Feira do MST, os preços seguem ainda uma tabela de preços recomendada abaixo dos preços dos mercados tradicionais dos produtos disponíveis para comercialização na Praça da Faculdade, para garantir que a venda dos alimentos chegue de fato à mesa do povo maceioense com a qualidade e preço acessível.

“Nossa bandeira de luta é para que nenhum prato esteja vazio nas mesas dos trabalhadores e trabalhadoras. É por isso que a Feira da Reforma Agrária é também um convite para que a sociedade possa conhecer de perto o sentido, resultado e valor da luta pela terra em Alagoas e no Brasil”, concluiu Margarida da Silva.

*Edição: Fernanda Alcântara

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