Campos Neto se despede do Copom com expectativa de nova alta na Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide nesta quarta-feira (11) se sobe mais uma vez a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic. A taxa está hoje em 11,25% ao ano. Economistas de bancos estimam que ela será elevada para 12% nesta reunião, que marca a despedida de Roberto Campos do BC.

Campos Neto é o atual presidente do órgão e também do Copom desde janeiro de 2019. Foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tornou-se o segundo presidente do BC mais longevo da história, já que a autonomia do órgão lhe garantiu mandato mesmo após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Quando ele assumiu o BC, a Selic estava em 6,5% ao ano. Chegou a baixar a 2% ao ano em 2020 – a mais baixa já registrada na história. Hoje, porém, é quase 75% mais alta do que no início de seu mandato.

O que é Selic?

A taxa Selic é referência para a economia nacional. É também o principal instrumento disponível para o BC controlar a inflação no país.

Quando ela sobe, empréstimos e financiamentos tendem a ficar mais caros. Isso desincentiva compras e investimentos, o que contém a inflação. Em compensação, o crescimento econômico tende a ser prejudicado.

Já quando a Selic cai, os juros cobrados de consumidores e empresas ficam menores. Há mais gente comprando e investindo. A economia cresce, criando empregos e favorecendo aumentos de salários. Os preços, por sua vez, tendem a aumentar por conta da demanda.

A Selic também é uma taxa de referência para os títulos da dívida que o governo emite para financiar suas atividades. Isso significa que, quando ela sobe ou desce, isso também influencia no gasto com juros e até no valor total da dívida brasileira.

Lula, aliás, vem criticando Campos Neto desde que voltou à presidência. Lula escolheu o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para assumir o posto de Campos Neto a partir de 2025, esperando manter melhor relação com o BC.

Inflação

Atualmente, a inflação tornou-se um obstáculo para a queda da Selic. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 4,87% nos últimos 12 meses. Está, portanto, acima da meta de até 4,5% definida para 2024.

Com a inflação acima do estipulado, a chance de corte de juros se tornou quase nula. Economistas de bancos estimam que ela siga subindo em 2025, já durante a gestão de Galípolo, até atingir os 13,5% ao ano.

Publicação de: Brasil de Fato – Blog

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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