Boulos promete maior programa de regularizacão fundiária da história de São Paulo

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) afirmou que fará “o maior programa de regularização fundiária da história” da cidade, se for eleito em outubro deste ano. Ele prometeu, inclusive, fazer a regularização da favela de Heliópolis, a maior do município.

“Esse problema acontece em várias comunidades da cidade de São Paulo. Por isso que a regularização é importante. É garantia, é uma família que trabalhou e que aquilo é dela e que ninguém tira. Nós vamos fazer com muito carinho esse programa de regularização”, disse o candidato.

As declarações aconteceram no lançamento de seu programa de governo, na noite desta quinta-feira (1°), em São Paulo, protocolado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) na mesma data. No total, o documento prevê beneficiar pelo menos 250 mil famílias em programas de regularização fundiária, com títulos de posse e propriedade em áreas periféricas.

“Para enfrentar a desigualdade, precisa ter coragem. Nós queremos uma cidade mais eficiente. Enfrentar o problema do gasto público mal feito, da ineficiência nos serviços básicos. Esses problemas não estão só na periferia”, disse Boulos. 

Entre as 119 propostas do seu programa de governo, o deputado federal também destacou a proposta de habitação social, que envolve a aquisição de unidades contratadas e a construção de novas moradias por meio de um programa municipal, mas em parceria com o Minha Casa, Minha Vida. A população em situação de rua deve ser incluída em programas habitacionais, por meio de cadastros públicos.

“É uma questão de honra e humanidade. Essa será uma das nossas primeiras preocupações. Com o plano baseado primeiro em moradia social, em acolhimento humanizado para as populações em situação de rua. Que possa levar seu cachorro, sua carroça, que seja tratada com dignidade”, complementou Boulos.

O psolista também defendeu que a política de moradia deve ser alinhada à geração de emprego e renda. Nesse sentido, propõe uma a criação de frentes de trabalho no âmbito de zeladoria voltadas para a população em situação de rua.

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Outro ponto é a criação de um gabinete integrado para a Cracolândia, diretamente ligado à Prefeitura e incluindo as secretarias da Assistência Social, Segurança Urbana, Saúde e Direitos Humanos. No plano de Boulos, o gabinete está ligado à criação do Programa Novo Centro, que prevê a reestruturação do centro histórico, estimulando o desenvolvimento de uma economia criativa, de um circuito turístico, gastronômico e cultural, dentre outros pontos.

“Vai envolver um tratamento de saúde mental, com um programa que estamos chamando de CAPs [Centro de Atenção Psicossocial] Móveis, acolhendo as pessoas que sofrem com a dependência química, fazendo o que já deu certo em outros lugares do mundo”, afirmou Boulos.

O programa também cita a reestruturação de imóveis abandonados na cidade de São Paulo, por meio de duas linhas de atuação: o Programa Meu Primeiro Escritório, disponibilizando salas comerciais para jovens recém-formados, e o Serviço Social de Moradia, de locação social.

Na área da saúde, uma das propostas é o Mais Médicos Especialidades, de contratação rápida no município, mas focando em profissionais especializados em vez de clínicos gerais, como acontece nacionalmente.

“Vamos levar médicos para onde não tem, em todas as regiões. O programa de saúde será prioritário. O cuidado com as pessoas que vai ser a marca da nossa campanha e o nosso governo começa pela saúde”, disse Boulos.

Na educação, o psolista falou na criação do Mutirão Paulo Freire. No programa de governo, o projeto está descrito como “São Paulo Livre do Analfabetismo” e envolve a alfabetização de jovens e adultos. “Vamos zerar o analfabetismo na cidade de São Paulo, nos apropriando de experiências anteriores e construindo parcerias com a sociedade para levar projetos e salas de alfabetização a cada canto dessa cidade.”

Venezuela

Após a coletiva, o candidato respondeu perguntas da imprensa e foi questionado sobre a situação na Venezuela. Boulos disse defender a democracia e que são legítimas as cobranças pela divulgação das atas eleitorais.

“É absolutamente legítimo que setores demandem transparência, que setores demandem as atas de todos os processos eleitorais. Isso inclusive foi cobrado agora há pouco, numa nota conjunta do Itamaraty com o governo do México, com o governo da Colômbia. Meu posicionamento é esse, eu defendo a democracia e a transparência aqui no Brasil e na Venezuela, independente de quem seja o partido de plantão”, afirmou.

Publicação de: Brasil de Fato – Blog

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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