Boulos denuncia “orçamento de 2023 fictício” de Bolsonaro

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O deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol) disse que a situação financeira do Brasil para 2023 é “catastrófica”. Ele faz parte da equipe de transição e criticou principalmente o orçamento feito pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que não permite fazer obras até 10 de janeiro, segundo Boulos.

“A questão orçamentária é a base de tudo. Bolsonaro deixou um orçamento fictício para 2023. Nas reuniões que estamos tendo, inclusive com ministros do Bolsonaro, a situação é catastrófica. Para moradia, para manter obras em andamento, precisaria de R$ 1,2 bilhão. Esse número não é meu, é do ministério. Eles deixaram na previsão orçamentária R$ 50 milhões. Não dá para fazer obras até o dia 10 de janeiro”, comentou Boulos no UOL Entrevista desta terça-feira (6).

Boulos faz parte da equipe de transição na área de cidades. Mas completou que esse problema de orçamento se repete em outras áreas. “Se não aprovar a PEC do Bolsa Família, o Brasil para em janeiro. Tenho conversado com outros grupos de trabalho e a situação é parecida”.

Na sequência o deputado eleito explicou como a PEC vai solucionar esse problema do orçamento. “Você tinha uma previsão no orçamento de R$ 105 bilhões para o Bolsa Família em 2023, que é o Auxílio de R$ 400 por pessoa. Com auxílio de R$ 600 e mais R$ 150 por criança, você chegaria a R$ 175 bilhões. A PEC tira esses R$ 175 bilhões integralmente do teto, e aqueles R$ 105 bilhões do orçamento se tornam espaço fiscal para cobrir esses rombos e garantir investimentos básicos”.

Boulos foi perguntado se pretende ser candidato a prefeito em 2024 e admitiu que sim. Ele acrescentou que Lula se comprometeu a apoiá-lo, mas ressaltou que o foco está na atividade como deputado.

“Houve compromisso do Lula de compor uma frente para nos apoiar à prefeitura em 2024. Minha pretensão é ser candidato a prefeito em 2024. Mas daqui para lá tem 2023 e meio. Temos uma batalha no parlamento pela reconstrução do Brasil. Meu foco está na batalha de 2023, mas pretendo e espero, com uma frente progressista, ter um projeto democrático e popular para a maior cidade da América Latina”, anunciou Boulos, que foi 2º lugar na disputa para prefeito em 2018.

Sâmia Bomfim, líder do Psol na Câmara dos Deputados, disse que o partido será oposição contra o governo eleito de Lula. Mas Boulos disse que a opinião de Sâmia não representa a maioria do Psol.

“Seria uma insanidade o Psol se colocar na oposição ao Lula. Hoje a oposição são bolsonaristas que estão acampados em quartéis e não reconhecem o resultado da eleição. Psol fez parte da frente ampla que ajudou a eleger Lula. O Psol deve compor base do governo. A Sâmia expressou opinião dela e do grupo político dela dentro do partido, mas não acredito que essa posição vai permanecer”, declarou Boulos.

O deputado eleito também explicou que o Psol terá uma posição independente em relação a algumas posturas governo eleito. “O PT decidiu apoiar Lira para presidente da Câmara. O Psol não votará no Lira. Mantemos autonomia politica, mas não significa não estar na base do governo”, exemplificou.

Uol 

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Publicação de: Blog da Cidadania

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