Após acórdão do TSE, PT e PL não devem recorrer contra Moro

PL e PT não devem recorrer no processo que pedia a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A informação foi confirmada ao Blog do Esmael pelo advogado Guilherme Ruiz Neto, que representou o PL: “A orientação, neste momento, é de que não recorramos”. A decisão abre caminho para que o ex-juiz da Lava Jato concorra ao governo do Paraná em 2026.

Em 21 de maio de 2024, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou por unanimidade duas ações apresentadas por PL e PT. Os partidos acusavam Moro de abuso de poder econômico e caixa dois durante a pré-campanha de 2022, quando lançou candidatura presidencial antes de migrar para o Senado.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) já havia inocentado o senador. O TSE confirmou a decisão em plenário, mas o acórdão só foi publicado em 30 de agosto de 2025. Essa demora abriu espaço para eventuais recursos, agora descartados pelas direções nacionais.

As legendas sustentavam que Moro gastou recursos partidários de forma irregular no período em que ainda era pré-candidato ao Planalto. Os valores envolviam despesas de grande porte com segurança, viagens e estrutura de eventos.

Para a acusação, esse desequilíbrio financeiro favoreceu Moro frente a adversários locais [Paulo Martins e Alvaro Dias]. O TSE, no entanto, entendeu que não havia provas robustas para caracterizar abuso de poder ou irregularidade grave a ponto de cassar o mandato.

Nos bastidores, petistas avaliaram que insistir na cassação poderia reforçar o discurso de perseguição política do ex-juiz. Já o PL, sob a influência de Jair Bolsonaro, lidava com divisões internas no Paraná e considerava que um novo recurso fragilizaria ainda mais o partido.

O acordo político que absolveu Moro em maio de 2024 segue como uma fatura incômoda para o ex-juiz. Embora tenha vencido juridicamente, a lembrança desse arranjo atormenta seu capital político.

Na prática, a decisão mantém Moro no jogo para disputar o Palácio Iguaçu em 2026, em um cenário dominado pelo PSD do governador Ratinho Júnior. Ao mesmo tempo, a centro-esquerda busca alianças para derrotar o ex-juiz.

Moro respira aliviado neste processo, mas continua com baixa articulação partidária. Símbolo da Lava Jato, terá de negociar apoios em um tabuleiro controlado pelo PSD e monitorado de perto pelo PT.

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Publicação de: Blog do Esmael

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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