Agronegócio não lidera economia do Paraná, aponta estudo

Prioridade do governo, o agronegócio não é o setor mais pujante do Paraná. Embora o estado tenha se consolidado como a quarta maior economia do Brasil em 2023, muito deste salto se deve a outros setores econômicos. Dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) mostram que o agronegócio representou apenas 11% da geração de riquezas do estado. Fica atrás dos impostos (13,7%), indústria (21,8%) e serviço (53,5%). E quando o assunto é colocar comida na mesa dos paranaenses, as principais cidades do agronegócio que são produtoras de soja, frango de corte e milho não lideram as estatísticas.

O Paraná é um grande produtor de soja. Também lidera em abate de suínos e o segundo maior no abate de frangos. As cidades destaques são Toledo, Castro, Cascavel, Arapoti, Nova Aurora, Guarapuava, Tibagi, São Mateus do Sul e Cerro Azul. Por outro lado, o estado tem o chamado “Clube do Bilhão”, que reúne 34 municípios com Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) superior a R$ 1 bilhão, números exaltados pelo governador Ratinho Junior. “A grande vocação do Paraná é produzir alimento para o mundo, e isso é confirmado com os levantamentos nacionais que colocam nossos municípios em destaque”, disse.

Mas os números do Departamento de Economia Rural (Deral) mostram a produção de alimentos para os paranaenses é bem diferente. A soja representa 25% da produção do estado e seus maiores produtores são Cascavel, Tibagi e Guarapuava. Quando se observa produção de alface, quem lidera é Colombo (19%) e São José dos Pinhais (12%). Neste caso, Cascavel responde por apenas 1,37%. Já na produção de laranja, a liderança é de Paranavaí (25%), e morango fica com Jaboti (12%). 

A comida na mesa dos paranaenses, por outro lado, vem da agricultura familiar. Segundo o governo, “80% dos 371.051 estabelecimentos agropecuários são familiares, somando 270 mil propriedades que movimentam toda a engrenagem econômica do setor agropecuário paranaense e são responsáveis por boa parte dos alimentos que chegam à mesa do consumidor”.

Publicação de: Brasil de Fato – Blog

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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