Cebes:Saúde Única é retrocesso na Saúde Coletiva travestido de novidade; veja por quê

Por Conceição Lemes

Neste momento, um assunto ronda a saúde pública brasileira, fantasiando-se de novidade, modernidade.

Está em disputa o conceito de Saúde Única, One Health, na sigla em inglês.

Nada a ver com o nosso Sistema Único de Saúde– o SUS.

One Health é repaginação de modelo ultrapassado de ver e agir sobre a saúde pública”, alerta a médica sanitarista Lia Giraldo, pesquisadora titular aposentada da Fiocruz, nesta entrevista ao site do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) que republicamos.

One Health, ou Saúde Única, é uma tentativa de reintroduzir, de forma verticalizada, um paradigma biomédico, que privilegia interesses corporativos — especialmente ligados ao agronegócio, à indústria farmacêutica e à filantropia internacional”, denuncia Lia.

”O conceito de Saúde Única representa a retomada de propostas dos anos 1970–1989”, afirma o médico epidemiologista e professor Heleno Corrêa Filho, do Conselho Consultivo do Cebes, nesta entrevista a Clara Fagundes.

”Isso ocorre, em parte, porque setores que ‘descobriram’ recentemente a chamada Saúde Única estiveram alheios àquele desenvolvimento político e conceitual ocorrido nos últimos 50 anos”, adverte o professor Heleno.

”Organismos multilaterais e setores privados apoiam a Saúde Única porque o mdelo evita conflitos, não mexe no agronegócio nem no captitalismo que adoece populações”, acrescenta.

A íntegra da entrevista do professor Heleno está aqui.

Com base nela, a assessoria de comunicação do Cebes produziu essa série de sete cartões, que explica de forma bem didática o que significa, de fato, o Saúde Única, ou One Health. Trabalho de Joana Trotta, bolsista do Cebes, supervisionado pela jornalista Clara Fagundes.

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Publicação de: Viomundo

Lunes Senes

Colaborador Convidado

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