Jeferson Miola: Tarcísio age para ser ungido como o candidato bolsonarista

Tarcísio age para ser ungido como o candidato bolsonarista

Por Jeferson Miola, em seu blog

Nesta segunda-feira, 29/9, o governador Tarcísio tinha uma agenda oficial em Brasília. Assim como ele, os demais governadores do país foram convidados para a solenidade de posse do ministro Edson Fachin na presidência da Suprema Corte.

Mais que um mero rito solene, a posse de Fachin teve um significado maior, o de simbolizar a afirmação da justiça brasileira no momento em que nossa economia e o STF são alvejados por ataques do governo Trump orquestrados por bolsonaristas que atentam contra a soberania nacional desde os EUA em associação com agentes estrangeiros.

Todos governadores estiveram presentes pessoalmente ou foram representados pelos seus vices no evento no STF – menos, entretanto, o capitão do Exército Tarcísio de Freitas, governador do Estado que representa 21% da população e 31% do PIB nacional.

A “missão oficial” de Tarcísio em Brasília, custeada com dinheiro público, foi uma visita de apoio e solidariedade ao líder da organização criminosa recentemente condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão.

O condenado em questão, Jair Bolsonaro, cometeu o crime nada trivial de tentativa de golpe de Estado, além de outros, pelos quais aguarda julgamento.

Se a legislação brasileira fosse severa como as leis da Alemanha, Argentina, Canadá, França e Reino Unido, Bolsonaro e seus comparsas civis e militares seriam condenados à prisão perpétua. Dependendo dos agravantes, poderiam ser condenados até à pena de morte.

Apesar da abundância de provas produzidas pelos próprios criminosos, Tarcísio sustenta que não houve nada de ilegal na ação da ORCRIM que planejou inclusive o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes no plano de tomada violenta do poder.

Fiel ao extremismo bolsonarista, Tarcísio ataca o trabalho histórico do STF no julgamento dos golpistas e “exige” a anistia como único caminho para a “pacificação do país”.

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Radicalizado como Eduardo Bolsonaro, na saída do encontro de quase três horas com o gângster-chefe e dois dos seus filhos, Tarcísio disse à imprensa que não aceita nem mesmo a proposta de anistia disfarçada de dosimetria.

A mensagem de Tarcísio com esta visita ao criminoso condenado no exato momento da cerimônia do STF é clara: entre democracia e golpe, ele fica do lado dos golpistas.

Com seu gesto, Tarcísio ganha pontos preciosos para ser ungido pelo clã de gângsteres como o candidato do extremismo em 2026 com apoio da direita, da Faria Lima, do rentismo, do agronegócio, das cúpulas fardadas, da lúmpemburguesia e setores significativos da mídia hegemônica.

O anúncio da sua candidatura à reeleição ao governo de São Paulo é um biombo que serve apenas para distrair a atenção, preservá-lo dos desgastes inerentes a uma candidatura antecipada, e, também, para manter o poder de influência crescentemente declinante do Bolsonaro no tabuleiro de 2026.

Este artigo não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

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Publicação de: Viomundo

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