TARIFAS DE TRUMP SÃO AMEAÇA MUNDIAL, ALERTA ALEMANHA

As tarifas de Trump não são apenas um ataque ao Brasil. O alerta agora vem da Europa. O chanceler alemão Friedrich Merz afirmou nesta terça-feira (29) que o novo pacote tarifário dos Estados Unidos, imposto pelo acordo comercial entre Washington e Bruxelas, poderá causar “danos significativos” à economia da Alemanha, a maior do continente.

Do outro lado do Atlântico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) endureceu o tom. Ele classificou como “chantagem inaceitável” a decisão unilateral de Donald Trump de impor uma alíquota de 50% sobre produtos brasileiros, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto. Para Lula, trata-se de uma retaliação política explícita, em razão dos processos judiciais que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O Brasil não aceitará ameaças nem pressões de nenhum país. Quem quer ser respeitado, precisa respeitar”, disse Lula em encontro com sindicalistas em São Paulo.

Alvo global: EUA isolam parceiros e espalham instabilidade

O novo tarifaço anunciado por Trump, e agora negociado em partes com a União Europeia, reacende temores de uma guerra comercial em escala global. O chanceler alemão, Friedrich Merz, foi direto:

“Estas tarifas violam os princípios básicos da OMC e provocarão um impacto devastador em cadeias produtivas estratégicas para a Europa.”

A crítica de Merz ecoa entre industriais europeus e líderes políticos, que veem no pacote de Trump um sinal de rejeição ao multilateralismo e ao comércio baseado em regras. O temor é que, ao mirar aliados como o Brasil e a Alemanha, Trump esteja construindo uma política comercial de intimidação, voltada à sua base eleitoral interna, e ancorada no nacionalismo econômico.

Brasil reage: plano de proteção ao emprego

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil prepara um conjunto de medidas para proteger empresas e trabalhadores. Embora ainda haja canais diplomáticos em aberto com Washington, o governo brasileiro já fala em represálias comerciais e em recorrer a organismos internacionais, como a OMC e o Mercosul.

Haddad também sinalizou que o prazo de aplicação das tarifas ainda pode ser alterado. Há expectativa de que uma eventual conversa direta entre Lula e Trump ocorra nas próximas semanas, caso o republicano aceite diálogo fora da lógica do confronto.

Bolsonaro no centro da discórdia

Na carta enviada a Lula em 9 de julho, Trump justificou o tarifaço com base no “tratamento injusto” dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “líder altamente respeitado”. A conduta do governo brasileiro em investigações criminais contra Bolsonaro, segundo o republicano, “envergonha o Ocidente”.

Lula tem rechaçado qualquer tentativa de interferência estrangeira no Judiciário. Segundo o Planalto, os processos contra Bolsonaro seguem rigorosamente a Constituição e a independência entre os Poderes.

“Ninguém interfere no STF. Não é o governo que manda prender ou absolver”, disse Lula, em resposta indireta a Trump.

Chantagem e risco global

As tarifas de Trump não são apenas uma arma contra o Brasil, são uma ameaça sistêmica à ordem internacional baseada em regras, conforme alertou a Alemanha. Para Lula, a tentativa de blindar Bolsonaro com pressões comerciais é um ato de chantagem política inaceitável.

O mundo assiste ao avanço de uma nova guerra comercial, com potencial de abalar empregos, mercados e instituições democráticas. No epicentro dessa disputa, o Brasil enfrenta a difícil tarefa de defender sua soberania, proteger sua economia e manter a firmeza diante do velho jogo de poder do império americano.

Compartilhe. Comente. Engaje. O Blog do Esmael segue firme na luta por justiça social, democracia e soberania nacional.

Leia também no Blog do Esmael:

Publicação de: Blog do Esmael