Bolsonaristas tumultuam sessão para impedir Lindbergh de falar sobre denúncia da PGR: ‘Têm medo da nossa fala’, provocou líder do PT; vídeo
Líder do PT defende a prisão de Bolsonaro
Lindbergh Farias qualifica como estarrecedoras as denúncias da PGR contra o ex-presidente.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), defendeu hoje (19/2) a punição do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas de seu entorno por crimes como tentativa de golpe de Estado, conforme denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República.
Ele disse que são “estarrecedoras” as revelações feitas pela PGR no documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. “A denúncia choca o País; Bolsonaro precisa ser julgado e condenado”, disse Lindbergh.
O líder, ao participar de entrevista coletiva com outros líderes de partidos da base do Governo, qualificou a tentativa de golpe articulada por Bolsonaro como uma das “páginas mais tristes da História do Brasil”. “Está tudo documentado, Bolsonaro participou de tudo”, observou o deputado.
Sem anistia
Na entrevista coletiva de imprensa, os líderes governistas rejeitaram a anistia e seguraram plaquinhas com os escritos: “Bolsonaro preso”, “sem anistia”, “democracia sempre mais” e “prisão para os golpistas”.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e mais 33 pessoas por organização criminosa armada e por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.
O documento encaminhado ao STF tem 272 páginas, com base em investigações feitas pela Polícia Federal. O ex-presidente é acusado de liderar a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula.
Assassinato
Lindbergh destacou que é assombroso o fato de o ex-capitão ter articulado com os seus pares inclusive o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Alexandre de Moraes, do STF. “Tratava-se da tentativa de um golpe de Estado violento”, afirmou.
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Para Lindbergh, é preciso haver punição exemplar dos golpistas. Ele lembrou que os golpistas não podem ficar impunes, como os assassinos do ex-deputado Rubens Paiva, há mais de 50 anos.
Segundo o líder do PT, Bolsonaro e seus cúmplices golpistas são da mesma estirpe dos torturadores da época da ditadura militar (1964-1985).
Por isso, ele contestou o movimento de defesa de anistia aos golpistas, já que podem tentar de novo um golpe de Estado. “Não se trata de vingança, tem a ver com a democracia e o funcionamento das instituições. Queremos justiça”.
Turba bolsonarista
No plenário, Lindbergh enfrentou uma turba bolsonarista que tumultou a sessão e tentou impedir sua fala como líder do PT. “Eles têm medo da nossa fala. Sabem por quê? Porque o Brasil amanheceu estarrecido”, provocou Lindbergh.
“Eu conheço a história do Brasil, mas talvez não exista na história do Brasil uma página tão grotesca e vergonhosa como essa. Vocês já imaginaram um ex-presidente, derrotado nas urnas, ruas, com um plano para assassinar o presidente eleito, o vice-presidente e Alexandre de Moraes?!”.
O líder do PT deu detalhes do plano macabro que foi apoiado por Bolsonaro. Dia 9 de novembro de 2022, o general Mário Fernandes, que está preso, imprimiu, na impressora do Palácio do Planalto, nove cópias de um plano para assassinar as três autoridades.
Em seguida, reuniu-se no Palácio da Alvorada com Bolsonaro, que concordou com o plano, conforme lembrou Lindbergh.
Na página 123 da denúncia da PGR está escrito que as “exigências bélicas do plano revelaram um considerável poder destrutivo da organização criminosa, que previa uso de pistolas, fuzis, metralhadoras, lança-granada, lançador de foguete.” Mais grave ainda, a PGR afirma que para “vencer os aparatos de segurança do ministro Alexandre de Moraes, cogitou-se a possibilidade de disparo de armamento, artefato explosivo ou mesmo envenenamento”.
Lindbergh manifestou sua perplexidade com a intenção dos golpistas de envenenarem Lula, para que não assumisse o cargo em 1º de janeiro de 2023.
Bolsonaro corrupto
No discurso no plenário, o líder do PT também destacou a conduta corrupta de Bolsonaro.
O tenente-coronel Mauro Cid contou à Polícia que entregou US$ 86 mil — o equivalente a R$ 489.967,80 na cotação atual — em espécie, de maneira parcelada, para Jair Bolsonaro, após vender relógios de luxo e o kit de joias que o ex-presidente recebeu enquanto representante do Brasil.
Lindbergh lembrou que a tentativa de golpe ocorreu ao longo de meses, mas ao final de 2022 o movimento intensificou-se, culminando com os atentados terroristas de 8 de janeiro de 2023, com a depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.
Antes do dia 8/1, Brasília viveu momentos tensos. Em dezembro de 2022, extremistas bolsonaristas incendiaram carros e ônibus em Brasília, atacaram o prédio da Polícia Federal e um terrorista seguidor do ex-capitão tentou explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília.
Publicação de: Viomundo