União Brasil e PP se unirão em março

Foto: O Globo

As cúpulas de PP e União Brasil devem formalizar na primeira semana de março a federação entre os dois partidos, que se chamará União Progressista. A intenção é que a sigla esteja oficializada para a disputar a divisão das principais comissões da Câmara dos Deputados e Senado, reivindicar a relatoria do projeto de Lei Orçamentária (LOA) de 2024 e representar a principal força da eleição municipal do próximo ano fora da polarização PT/PL.

Segundo parlamentares a par das negociações, as costuras têm avançado, embora sem a anuência de todos os Estados. Há impasses, por exemplo, em Pernambuco e no Paraná, onde o presidente do PP, o deputado Ricardo Barros (PR), é um dos principais críticos do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil), que almeja disputar o governo local em 2026. A cúpula desses partidos, contudo, acredita que a negociação caso a caso atrapalharia a negociação e decidiu primeiro fechar a aliança para depois resolver os impasses regionais. Como se trata de uma federação, e não fusão dos partidos, não haverá justa causa que permita a desfiliação dos atuais deputados, que terão que aguardar até a janela de abril de 2026.

Algumas regras, porém, já foram estabelecidas para a divisão de poder. Os prefeitos de primeiro mandato terão a prioridade para disputarem a reeleição no ano que vem. O diretório estadual será comandado pela maior bancada, pelo deputado federal mais votado quando houver empate entre os dois partidos ou governador, onde houver.

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda, finalizam o estatuto da federação. Eles ainda aguardam o Avante decidir se participará ou não do grupo, decisão que deve ser tomada até 1º de março. A sigla nanica tem só sete deputados e nenhum senador, mas ajudaria a encorpar a legenda, principalmente em Minas Gerais, onde possui três deputados.

O objetivo da nova federação é subir na lista de prioridades para a escolha das presidências das comissões na Câmara e ultrapassar o PL, com 99 deputados, e a federação do PT, com 81. A “União Progressista” contaria com 108 deputados (ou 115, com o Avante) e 15 senadores. A tendência, na Câmara, é utilizar essa maioria para presidir a Comissão de Finanças e Tributação (CFT), que dá parecer sobre a viabilidade orçamentária de todos os projetos de lei e pode convocar todos os ministros da área econômica. O grupo também teria mais força para comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Câmara, em 2024, já que este ano o colegiado está prometido ao PT. O deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) é o favorito para relator a LOA de 2024.

A expectativa também é quebrar a polarização entre PT e PL na disputa eleitoral. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) buscam rivalizar nas eleições municipais assim como fazem na nacional, mas União Brasil e PP tentam atrair prefeitos das grandes cidades com ativos decisivos: maior tempo de propaganda na TV e a maior fatia do fundo eleitoral. Além disso, ampliam a possibilidade de elegerem vereadores ao somar os votos dos candidatos das duas legendas.

Valor Econômico  

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