Evangélicos pobres farão Lula crescer no segmento
Foto: Cristiano Mariz/VEJA
A disputa pelos votos dos evangélicos criou uma “guerra santa” em igrejas de todo o Brasil. Bolsonaro (PL) aposta na pauta de costumes para conquistar o eleitorado, enquanto Lula (PT) traz a questão econômica e seus programas sociais para atrair o eleitor. Benedita da Silva (PT-RJ) é um dos nomes históricos do Partido dos Trabalhadores. Foi vereadora, senadora e governadora do Rio de Janeiro. Declaradamente evangélica, aos 80 anos está no quarto mandato como deputada federal e têm opiniões sobre o voto desse eleitor em Lula.
Nos anos 90, Bené, como é carinhosamente chamada pelos apoiadores, passou a frequentar a igreja presbiteriana, na cidade de Niterói. Com os olhos de uma fiel, diz assistir a disputa religiosa com “muita preocupação”. “Nós precisamos e queremos Jesus de volta nas nossas igrejas. O que está acontecendo é política. Isso não é a melhor forma de buscar votos”, analisa a presbiteriana que também traça um perfil do eleitor de Lula nas igrejas.
“Sabe qual é o evangélico que vota no Lula? São os evangélicos de salário mínimo, que batalham para colocar os filhos nas escolas e que precisam de um atendimento do SUS. Que precisam realmente de segurança, de empregos. Esses evangélicos, que são maioria, foram beneficiados no governo do Lula”, diz a deputada, defendendo a estratégia do líder petista.
Benedita diz que essa estratégia foi uma decisão de Lula e da campanha. Ela admite que a questão econômica é fundamental na hora de decidir em quem votar, “sejam católicos, evangélicos ou candomblecistas”. Questionada por VEJA sobre uma a rejeição do eleitor evangélico a Lula, como mostram as pesquisas, a deputada garante que isso é “politicagem” de lideranças religiosas. Ela ainda lembrou que o ex-presidente foi o responsável pela sanção da lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus.
Os institutos de pesquisa têm medido a disputa do voto nas igrejas. Segundo dados da Genial/Quaest, Lula é favorito entre os católicos, com vitória no primeiro turno. Já se a eleição fosse restrita apenas aos evangélicos, seria Bolsonaro que ganharia com mais da metade dos votos válidos. O atual presidente cresceu quatro pontos entre o eleitorado evangélico desde a última amostragem. Bolsonaro chega a 52% das intenções de voto no segmento, e Lula marca apenas 28%.
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