Emílio Rodrigues, sobre a pesquisa CNT/MDA: Lula tem razão, nada está ganho. Vamos baixar a bola, gente!
Da Redação
Na segunda-feira, 21-02, foi divulgada nova pesquisa CNT/MDA sobre eleição presidencial deste ano.
Para Emilio Rodriguez, mestre em história social pela USP, ela mostra que Lula está certo: a eleição deste ano está muito longe de ser resolvida e, como disse lá atrás o ex-governador da Bahia, Jacques Wagner, é preciso colocar as sandálias da humildade.
No vídeo acima, Emílio Rodriguez analisa a pesquisa.
Seguem os principais pontos destacados:
“A primeira imagem mostra crescimento de Lula na resposta espontânea, que é o voto certo. Pula de 30,1% para 32,8%.
Mas também mostra o crescimento do Jair Bolsonaro de 20,1% para 24,4%; crescimento de 3,3%.
Sergio Moro e Ciro Gomes também crescem dentro na margem de erro.
A segunda imagem, que foi a mais divulgada, é a da pesquisa estimulada, quando os nomes são mostrados no cartão.
Lula cresce quase dez pontos em relação à pesquisa espontânea. Em julho de 2021, Lula estava com 41,3%. Em dezembro, foi a 42,8%. E, agora, tem 42,2%. Está praticamente estável.
Mas o crescimento de 2,4% é de Jair Bolsonaro, de 25,6% para 28%.
Ciro Gomes cresce 1,8%. Sergio Moro cai de 8,9% para 6,4%. E João Doria continua com 1,8%.
Quanto à possibilidade de voto em Bolsonaro para presidente da República:
— Votaria nele com certeza: pulou de 22,3% para 25,6%.
— Poderia votar: foi de 14,8% para 17%.
— Não votaria nele jeito nenhum: em julho de 2021, era 61,8%; em dezembro, 59,2%; e, agora, 55,4%.
Portanto, a rejeição a Bolsonaro está caindo. É um dado apontado.
Em relação à possibilidade de voto em Lula para presidente, a situação está praticamente estável.
— Votaria com certeza: cai de 40% para 39%
— Poderia votar: subiu de 15,7% para 19,2%
— Não votaria de jeito nenhum: continua no mesmo percentual de dezembro de 2021 40,5%
João Doria tem o maior percentual de rejeição: 66,5% A rejeição de Moro está em 58%.
Quanto ao segundo turno, a intenção de voto estimulada: Lula pulou de 52,7% para 53,2%. Mas Bolsonaro cresceu de 31,4% para 35,3%
Avaliação do governo Bolsonaro: em julho de 2021 foi a maior avaliação negativa, 48%; e, agora, ela caiu 5%; está em 43%
Avaliação negativa da figura de Jair Bolsonaro continua muito elevada: 61% desaprovam.
Um outro slide importante é o que mostra, e talvez explique, a subida de Jair Bolsonaro, além do auxílio emergencial, é a expectativa de que vai melhorar a situação do emprego nos próximos seis meses. Subiu de 36,8 % em dezembro para 42,1%.
O mesmo acontece em relação à renda mensal nos próximos 6 meses.
A expectativa de de que vai melhorar subiu de 36,8% para 42,1%. E de que vai piorar caiu de 27,2% para 18,4%
Só que a situação econômica não é boa. Há um crescimento praticamente irrisório do PIB. Então, tudo isso pode fazer com que essa expectativa da população agora se frustre lá na frente. E até a rejeição do Jair Bolsonaro aumente.
Tem um outro fator: a questão da terceira via, que vai ter que concentrar fogo em Bolsonaro para chegar ao segundo turno.
Então, nós ainda vamos assistir muita coisa pela frente.
A esquerda tem que ficar muito atenta porque, em política, não há “já ganhou”.
A gente tem que trabalhar sério até o final, em outubro.
Vamos evitar o salto alto, gente!
Nós temos que ocupar a rua, que é o lugar da esquerda. Atacar o bolsonarismo e atacar a terceira via, especialmente Sergio Moro, para mantê-los na defesa.
Alguns companheiros se iludem com a ideia de que Lula está eleito. É bom baixar a bola. Primeiro, a gente elege depois a gente discute o que vai fazer depois no governo.”
Publicação de: Viomundo